Eretria
Cheguei a cansar minhas pernas de tanto andar por esta cela, estou aqui há um dia, como um cão abandonado junto à poeira. Lyria e Tamlin não apareceram, o que indica que realmente me deixaram para trás. Como era previsto. Mas meu coração se partiu ao perceber que Lyria realmente não viria por mim, algo que eu tentei negar a mim até o último instante.
Fui condenada a morte, mas ninguém apareceu. Talvez esperem que eu morra de fome ou por me privarem das minhas necessidades fisiológicas. Típico dos elfos, nunca sujar as mãos.
Havia examinado o local e o único meio de sair é pelo mesmo lugar que entrei, pelo visto a minha única estratégia é lutar quando tentarem me remover. O que, pelo visto, iria demorar.
****
Já estava no fim da tarde, podia ver pelas sombras que cresceram por todo o lugar e pelo calor que não era mais tão sobressalente.
Mas, para minha surpresa, vejo Wil aparecer lentamente em frente às grades. Levanto-me depressa e vou até o encontro dele.
- Wil! O que está havendo? Me diga.
Ele respira fundo.
- Preciso que se acalme e que se afaste ou não poderei abrir a grade.
Encaro-o em seus olhos azuis verdadeiros e brilhantes, ele não veio aqui para me atacar, então, faço o que me ordenou.
Um soldado abre a grade, mas antes que Wil tentasse passar, o soldado impediu sua entrada. Aparentemente, ordens do rei. Então, ele coloca uma grande tigela com comida e um cálice com água e uma jarra ao lado da cela e sai, é a deixa para que o soldado tornasse a fechar a cela. Corro em direção à comida e pego um punhado e bebo freneticamente da água, levanto-me e torno a comer.- Amberle mandou que viesse.
Isto faz com que um grande nó se forme em minha garganta, impedindo que alguma coisa passasse, e parei o que fazia.
- Eu os convenci pela lei de que não haviam provas que te incriminem de traição, apenas a palavra de um homem contra a sua. Havia apenas a prova do roubo, então...
- Então...?
- Amberle conversou com o tio... a pena de morte foi retirada.
Suspiro em alívio e sorrio para ele como agradecimento.
- É. Está tendo péssimos dias aqui dentro, não?
Ele sorri tão levemente que quase não consegui ve-lo sorrir, era um sorriso amigo e solidário.
- Não entendo porque me ajudou, eu roubei você.
- Está no passado. Sem falar que eu não sou chegado a barbáries como esta... E quero acreditar que você é inocente.
- E sou.
Vejo a surpresa dele em minhas palavras, embora achasse que a boca cheia tornasse difícil que ele me entendesse.
- Tamlin... ou Lyria. Tanto faz. Elas roubaram a estatueta para que Amberle voltasse a não confiar em mim, me consideraram traidora, já que os abandonei. Então me puniram.
- Mas e quanto à conspiração?
Torno a olhar para ele, respiro fundo e coloco a tigela de comida de lado.
- Eu realmente disse aquelas palavras. - admito
- Então conspirou mesmo contra Arbolon.
- Não eu. Tamlin.
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Reino Caído
Roman d'amourApós um terrível massacre cometido por um ex general de Arbolon, a princesa Amberle é uma das poucas sobreviventes do Reino. Devido a traição de alguém tão próximo, a princesa passa a se questionar se o ataque não tornaria a acontecer diante da vuln...