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Meses depois.

         Observava as pessoas de um lado para o outro, todos estavam ansiosos e os servos corriam contra o tempo para organizar o grandioso baile que haverá hoje à noite. Os convidados já descansavam no castelo desde a coroação de ontem.

       Arbolon é agora nada menos do que o reino soberano sobre os quatro reinos, tendo poder dentro de três deles. À alguns meses recebemos a notícia de que a família Elessedil estava crescendo. O que quero dizer é que, do reino de Shady Vale, Mareth, filha de Allanon, era, na verdade, filha de Allanon com Pyria, irmã do rei Eventine, cujo fugiu do reino para viver seu amor proibido. E Mareth, como também herdeira do trono e princesa, casou-se com o Príncipe Wil em Shady Vale e ocupa lugar em sua realeza. Na verdade, era evidente a sintonia entre os dois.

      O rei Ander Elessedil, por outro lado, casou-se com a princesa Lyria de Leah. Aparentemente, os dois compartilharam uma harmoniosa relação antes da batalha contra Leah que a princesa se recusou a lutar. O que era inesperado, foi que ele optou por abandonar seu lar de tantos anos para reinar em Leah, já que agora Lyria se fazia rainha e sua mãe estava presa desde aqueles dias.

      O reino de Arbolon levantou-se de um Reino caído para governante das raças, onde havia proporcionado paz entre os elfos, Gnomos e Rovers - que aceitaram o acordo para que ganhassem uma devida moradia e empregos nos campos e reconstrução do castelo. Hoje, na casa de Arbolon, reina desde a coroação no dia de ontem, pela primeira vez em meu tempo, Amberle Elessedil, uma rainha. Eu. Desde o dia de ontem e a festa pela noite, naquela manhã foi o único momento que pude me dar descanso. Podia recordar em como minha rainha - nada oficial - estava belíssima, andava ao lado dela por toda a festa e ganhavamos a maioria dos jogos.

       De vez em quando, tocava minha cicatriz e permanecia com o dedo ali em deslizes. Momentos como este, posso dizer.

      Senti alguém segurar minha cintura e retirar minha mão dali, não precisava olhar para saber que era Eretria, que havia passado a noite comigo no Palácio. Seu rosto jaz próximo ao meu ombro.

- Não devia reviver os fantasmas.

Sorrio. E ela se coloca de frente para mim.

- Não devia dar ordens a uma rainha.

Encosto-me em algo qualquer na tentativa de ficar próxima à sua altura, mas não largo suas mãos.

- Pode ser a rainha, mas ainda é a minha garota.

Ela sorri gentilmente junto à mim, mas meus pensamentos não me permitem desviar.

- Eu só me pego pensando naquela noite, em como eu devia estar morta.

- Ei. - ela me repreende - Você está onde deve estar. Ao meu lado.

- Eu sei, mas... era a minha hora. Eu sinto isto. Não sei o que mudou isto. E não sei como fui capaz da maioria das coisas que fiz naquele dia.

- Tipo pular entre as chamas e em um buraco da morte? - Ela diz com aquele velho tom sarcástico

- Tipo negociar com Rovers e liderar raças... tipo matar para não ser morta.

- É... eu sempre digo a mim mesma que Amberle Elessedil é uma das pessoas mais corajosas que conheço... E teimosa.

Sorrimos disto.

- E se você conseguiu ganhar a empatia e entrar em acordos com Rovers, então, você pode governar alguns elfos. Foi gentileza do seu tio abrir mão do trono de Arbolon e dá-lo para você.

- É, ele diz que fui eu quem reergui Arbolon e que este trono pertence a mim. E que será um rei melhor em Leah graças a mim. Besteiras...

- Besteiras? Ele está certo em suas palavras. Foi você desde o começo.

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