1° Temporada: Valáquia

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Há sonhos que chegam no sono para fazer com que sinta o que estar por vir, ou ele apenas nos mostra o nada… Há sonhos lindos que se transformam em pesadelo, há pesadelos que dá tempo de acordar antes da morte. Difícil de entender, não? Ele sonhou, ele sentiu, de olhos abertos. Apenas sombras, tudo o que ele via eram sombras, até que tudo clareou quando a porta foi aberta… Então ele despertou, mesmo estando acordado.

    Suas garras finas tocavam no estofado da poltrona macia de frente para a lareira em seu escritório repleto de livros. Em seu centro feito de vidro havia o mapa de toda a região, seus olhos eram curiosos embora soubesse cada passo daquela paisagem geográfica, valáquia, uma região não tão grande da Europa ao sul da Transilvânia, parte da Romênia. Um vilarejo pequeno que com os seus cuidados se tornará uma cidade onde o comércio era mais visível e eram passados para outras regiões, anos de Glória.

    Apenas o som das chamas eram ouvidos por suas orelhas pontiagudas. Seus olhos preguiçosamente encaravam as prateleiras agora, repletas de suas obras e descobertas, de grande orgulho para alguém como ele. Por sua janela, não visível pela cortina grossa, ele pôde abrir apenas para ver as gotas finas da chuva que caia sobre suas terras, seus devaneios foram interrompidos por um som extremamente alto para ele dos fundos de seu palácio, era sua enorme porta sendo batida repetidas vezes… Rapidamente caminhou até seu grande salão…

— Não entendo porquê tanta pressa… -  Disse o homem com um olhar tedioso, ao abrir a porta da parte de cima do salão sem ao menos encostar nos grandes ferros que seguravam a porta, a mulher de capuz entrou. Ele arqueou uma sobrancelha brevemente e curvou as costas, apoiando os cotovelos nas pilastras baixas em formas geométricas.

— A chuva não para os humanos? Pegará um resfriado com esse temporal sob sua cabeça, bela dama. -  Sua voz de timbre grosso e frio não a assustou, seus olhos vermelhos não a intimidava, ele percebia só pelo olhar castanho desafiador que ela o lançava. — Posso saber o que quer na casa de um pobre homem excluído da sociedade? — Sua voz era puro sarcasmo, ela tirou o capuz, soltando os fios negros e cheios que caíram sob seus ombros, tirando as luvas molhadas lhes olhou nos olhos.

— Vim aqui para aprender. Eu sei quem é você… E não tenho medo.

  Drácula franziu o cenho e em um piscar que a jovem de olhos levemente puxados deu, ele estava em sua frente, a enorme capa preta o cobria levemente e ele com maxilar trincado podia ouvir cada batida de seu coração nervoso, que pulsava rápido pela adrenalina da corrida até seus aposentos.

— Aprender o que exatamente? — Sua pergunta baixa a fez arrepiar, mas ela não recuou mesmo com a proximidade perigosa ao extremo.

— Sou médica na cidade e pessoas estão precisando de ajuda, quero aprender com você. — Diz ela com a voz alta e ele fecha os olhos.

— Por favor fale baixo, minha audição é sensível… — Seu tom a irritava, mas ele gostava que estava causando na bela mulher a sua frente… — Por que eu lhe ensinaria algo? A troco de quê eu lhe passaria meus conhecimentos? Humanos não entendem meu ponto de vista e me desculpe se eu estou sendo muito bonzinho, meu estado normal são presas cravadas em veias, por favor… volte para a cidade e não volte mais aqui, caso contrário será minha mais nova bolsa de sangue.

  O porquê de ele não ter a matado? Nem o mesmo sabia, seu cheiro era forte, suas veias eram bem vistas, cada traço pulsante em seu pescoço secava sua garganta, mas ela não foi...

— Por favor me ajude a ajudar aquele povo, olhe… eu sei que não tenho nada a oferecer, mas eu apenas quero seu conhecimento, eu preciso. — Sua voz era desesperada, a verdade é que ela perdeu sua família por uma doença na infância, não sabia o porquê de não ter morrido junto, mas desde ali ela focou sua vida em ajudar pessoas com doenças graves e as mais leves também… Ela ouviu o clero falar sobre um homem misterioso que morava no castelo a, três km acima das montanhas de Valáquia, o padre sempre o abominou, dizia ser um feiticeiro enviado por Satã para infectar a raça de Deus. Ela procurou a fundo sua história, teorias, aparições a noite, concluindo o que já sabia, um vampiro. Por motivos humanos ela queria ajudar a todos, mas precisava de mais sabedoria, pois não tinha o suficiente, se morrer nas mãos daquele homem significava um pouco de ajuda ao povo, ela o daria o sangue em troca de conhecimento.

— É perigoso demais você por aqui, eu me distancio da cidade para evitar o clero e você quer os trazer até mim? Vá embora!

— Por favor, Vlad... eu lhe entrego meu sangue.

— Se me entregar seu sangue irá voltar como para ajudar os doentes? Do mundo dos mortos é bem difícil, quase que impossível… — Sorriso de canto, ela odiou isso, suspirou fundo e ele percebeu. — Vá! Deixe a evolução com vocês mesmos.

  Ela tinha total sabedoria de que não havia cabimento de chantagem ou manipulação, ele tinha aquele poder, ela só era uma mera humana cheia de desvantagens. Ela não tinha o que fazer, todos avisaram, ela sempre teve esperanças erradas… dando meia volta, o conde sentiu seu cheiro se distanciar, aquilo o fez querer está perto… Ela estava indo embora, embora ele quisesse isso, ele também queria ao contrário. Por impulso se rendeu à proposta da mulher.

— Com uma condição… Que more aqui comigo… sabe? Sou muito sozinho… te dou sabedoria em troca de companhia… Que tal? 

A mulher se virou com um sorriso verdadeiro, agradecida por não ser sua vida em troca, o conde pela primeira vez ouviu seus próprios batimentos, algo morto reviveu, então erguendo a mão a levou para os fundos, livros, remédios, receitas. — É isso que posso lhe oferecer… desculpe a bagunça, estava investigando alguns surtos de epidemia que aconteceu ao norte da Europa…Venha.

  Assim passaram aquela tarde chuvosa, quem diria, o temido conde Vlad Dracula, dominado por uma simples humana em busca de conhecimentos… seria cômico se não fosse trágico… foi apenas um olhar, a vida do velho vampiro mudou drasticamente.




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   Hallo bby's espero que gostem dessa fic, pq eu tô amando escrever ela, tive a ideia de fazer ela após assistir à série da Netflix" Castlevania " peguei a base da história e alguns acontecimentos marcantes da história do Dracula da série animada, e adptei do meu próprio jeito para Jenlisa, é bem mais diferente que a série sim, a maioria é criada por mim, apenas pontos estratégicos da série que me deram inspiração de fazer baseado em partes dele. Espero que gostem dessa estória. Bjs, até o próximo capítulo…♡♡♡♡♡!

Castlevania - Jenlisa Onde histórias criam vida. Descubra agora