1.1 Thursday

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Dia seguinte, quinta-feira, segundo Billie ela iria vir hoje. É bem óbvio que dormi muito mal, ansiedade fudida. E só consigo admitir que ela mexe comigo.

"Acordei" no mesmo horário de sempre. Tomei uma ducha e vesti uma calça de moletom cinza não tão larga, uma blusa de mangas curtas branca e lisa, estava descalça. Essa é a minha parte favorita dessa casa, poder andar de meia. Após me vestir deixo meus cabelos soltos e faço uma maquiagem.

Estava no paraíso tendo tantas maquiagens boas por aquele preço.

Ajudo meu pai como todas as manhãs. E já no almoço decido criar coragem e fazer perguntas que me perseguiam nesses últimos meses.

— Pai, o que o senhor acha da Billie? — Indago tensa.

— Ue amor, não posso achar nada. Nunca troquei sequer uma palavra com ela. Não sei se ela é gentil, se é simpática nem nada disso. — Explica.

— É, essa resposta era meio óbvia. — Sorrio. — E da relação dela comigo? Mamãe ficou visivelmente brava com isso. — Pergunto novamente dando de ombros.

— Acho normal, amigas. Você disse que estão trocando mensagens por mais de ano? — Questiona curioso.

— Estamos. Lembra quando saí com as minhas amigas antes de nos mudarmos a primeira vez?

— Lembro. — Confirma auxiliando Emília, que estava sentada no cadeirão, a comer.

— Acho que fiquei bêbada, não lembro direito, mas acabei mandando uma mensagem aleatória 'pra Billie no Instagram. Depois de um tempo ela respondeu e nunca paramos de conversar. — Conto.

— Tenho certeza que essa vai ser a única coisa boa que vai fazer bêbada na sua vida. — Brinca rindo e isso também me faz rir.

— Para com isso credo. — Repreendo-o sorridente.

[...]

Quando o almoço se findou, ajudei meu pai a organizar a cozinha e coloquei minha irmã para dormir. O mesmo ficou no andar de baixo mexendo do celular e eu subi para o quarto, estava guardando algumas peças de roupas enquanto cantarolava a música que soava em volume baixo na TV.

— Que cantora horrível essa que sou fã. — Ouço a voz de Billie e olho para a porta imediatamente, ela estava apoiada na batente da mesma.

— Não é justo, você é cantora de verdade. — Digo fechando a gaveta da cômoda.

— 'Tô brincando. Não é nada mal. — Sorri adentrando meu quarto.

— Não aceito mais desculpas Pirata. — Rebato rindo.

— Como queira, mas ainda tenho que me vingar. — Recorda.

— Antes que possa fazer sua vingança, como entrou? — Indago curiosa.

— Seu pai deixou. Foi engraçado, ele não entendia nada do que eu dizia, mas falei o seu nome e ele me deixou entrar. — Conta.

— Ele é um fofo. — Falo a fazendo rir.

— Parece que somos resumidas em meses. — Diz e a olho intensamente.

— Não vamos ser mais, de hoje em diante, sempre que quiser me ver ou falar comigo vou estar aqui. — Sorrio a abraçando.

Deixo minha cabeça em seu ombro me aproveitando do seu perfume, igual como todas as outras únicas duas vezes que nos vimos.

— Seu cheiro é bom. — Comenta Billie afundando o rosto em meu ombro.

— Parece que o jogo virou, não é mesmo? — Brinco rindo e me afasto.

— Boba. — Me dá a língua. — Bem que a gente podia ver série né? — Sugere ainda com os braços em minha cintura.

Pirata • Billie Eilish [SENDO REESCRITA]Onde histórias criam vida. Descubra agora