1.2 Provocations

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Quando lembro do nosso beijo dias atrás ainda não consigo acreditar. Não parece real até sentir meu corpo esquentar relembrando do como suas mãos me apertava contra ela ou, em como nos beijávamos de forma intensa para uma primeira vez.

Não serei hipócrita e negar que aquele contato me rendeu sonhos um pouco sujos, okay, talvez muito sujos. Mas sendo sincera, os aproveitei bem, só teria aquilo em sonhos mesmo.

Todas as noites ficávamos conversando, seja por ligação ou por chamada de vídeo sem contar as mensagens paralelas durante o dia. Era divertido ficar mandando link de matérias idiotas e fotos bestas das nossa expressões fazendo/vendo algo.

Minha mãe nunca mais tocou no assunto Billie Eilish e nossa amizade, sempre me escutava ouvir ou cantarolar suas músicas e parou de implicar com as fotos que tinha com a mesma nos papéis de parede do meu celular.

[...]

Estava ajudando meu pai a dobrar roupas, com a minha única mão livre, já que Emília estava em meu colo. Ouço meu celular tocar no quarto.

- Vou atender rapidinho, já volto. - Anuncio e passo minha irmã para o colo do meu pai.

Subo para o meu quarto fechando a porta, vendo que era uma foto minha junto a Billie com Pirata brilhando em meu ecrã.

- Hey Pirata. - Atendo sem mais grandes demoras.

- Oi bebê, 'tá ocupada? - Pergunta.

- Não e você?

- Sendo sincera, 'tô bastante, mas queria te fazer um convite. Posso? - Pede permissão e acabo rindo.

- Claro, por que não? - Indago confusa.

- Hoje termino o meu projeto novo e vou comemorar com meus amigos. Nada demais, só 'pra comer e conversar, quer vir? - Convida.

- Sim, claro. - Aceito imediatamente como se não tivesse pais para lidar.

- Ótimo, passo 'pra te pegar as dezenove pm.

- Billi... - Ela já tinha desligado.

Se minha mãe vê ela aqui é o meu fim, nunca vou contar a Billie sobre isso. Quero que a mesma se sinta bem recebida aqui como eu sei que seria na sua casa, mas a maluca paranoica da minha mãe fica encrencando.

Volto para o andar inferior retomando minhas atividades com Lia em meu colo.

- Pai? - Chamo sua atenção.

- Sim amor? - Olha para mim colocando uma de suas camisas agora dobrada no cesto.

- Billie me ligou convidando para sair com os seus amigos hoje à noite. - Conto.

- Que hora e aonde? - Pergunta.

- As dezenove, esse é o problema ela vem me buscar. - Digo cabisbaixa.

- Não é um problema, é melhor. Mas assim que souber o endereço me manda, assim se não estiver gostando posso ir te buscar. - Pede.

- Muito obrigada. - O abraço, como dava, animada. - Mas o que vou dizer 'pra mamãe?

- Pede permissão como se fosse 'pra uma festa comum e espera sua amiga na frente de casa. Não é tão difícil. - Diz e sorrio concordando. - Olívia escuta, não sei se estou tomando a decisão certa, você é minha filha, mas não a tive sozinha e o correto seria sua mãe também saber. Enfim, estou confiando na Billie e te entregando 'pra ela, espero não me decepcionar. - Fala preocupado.

- Não vai. - Afirmo confiante.

[...]

Minha mãe deixou e acho que boa parte disso foi por nunca ter mentindo, como hoje por exemplo, e sempre ter dado sinal de vida enquanto estava fora. Como era um sábado saímos de tarde. Não voltamos muito tarde, mas subi direto para me arrumar.

Pirata • Billie Eilish [SENDO REESCRITA]Onde histórias criam vida. Descubra agora