Capítulo 06

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México...

Fernanda encarou o relógio e sabendo que ainda tinha um tempo vago, começou a ler o segundo capítulo do diário de Anahí. 

Na manhã seguinte tomei café em silêncio e Alfonso fez o mesmo, eu tinha vontade de pedir que ele ficasse uns dias em Cancun com a família, mas eu não era ninguém pra pedir isso a ele e sabia que ele ia recusar. Enquanto ele ia buscar a moto eu voltei pro quarto e ajeitei minhas coisas, ao acabar deitei na cama e afundei o rosto no travesseiro onde Alfonso dormira, ainda dava pra sentir o cheiro dele.

Uma batida na porta me trouxe de volta. Era Alfonso que havia retornado pra me buscar e mesmo sem querer peguei minhas coisas e sai do hotel com ele.

As últimas duas horas se seguiram em silêncio, Alfonso e eu conversamos pouco, eu devia conversar mais com ele, aproveitar que tinha pouco tempo com ele, mas qualquer coisa que eu dissesse, quanto mais coisas dele eu soubesse, mais doeria quando eu me despedisse. Então encostei meu queixo no ombro dele e o abracei com um pouco mais de força do que o normal, era a minha forma de me despedir dele.

Em certos momentos Alfonso acariciava e segurava uma das minhas mãos, na minha cabeça fantasiei que ele também estava triste e aquilo era a forma dele de se despedir de mim.

Quando vi a entrada pra Cancun meu coração disparou e se apertou ao mesmo tempo. Agora eu estava perto do meu irmão, mas há um passo de me afastar do Alfonso. Ele diminuiu a velocidade da moto admirando um pouco a cidade e me permitindo fazer o mesmo. Mas em poucos minutos ele parou numa rodoviária e eu desci com uma vontade louca de pedir que ele ficasse.

Alfonso: Me empresta o endereço do seu irmão. - tirei o papel do bolsinho da mochila e entreguei pra ele. - Espera aqui um minuto, vou pedir uma informação e já volto.

Assenti com tristeza e ele se afastou. Abracei o capacete dele e vi quando ele perguntou algo pra uma das funcionárias da rodoviária, ele anotou alguma coisa num papel, agradeceu e veio na minha direção.

- O ponto de ônibus fica ali embaixo, o ônibus que vc precisa tomar é esse aqui. - me estendeu um papel com o endereço do meu irmão e outro com o nome do ônibus. - A mulher disse que ele vai passar daqui uns 20 minutos, vc vai precisar descer um ponto depois do shopping onde esse ônibus vai parar, qualquer coisa vc pede informação ao cobrador. - assenti prestando atenção. - Vem, vou te levar até o ponto.

Caminhei atrás dele sem saber o que dizer, eu só queria que ele ficasse mais um pouco comigo, mas era pedir demais. Quando chegamos ao ponto de ônibus Alfonso me encarou.

- Tem certeza que não quer pegar um táxi é mais seguro, ainda mais com vc... Levando dinheiro na bolsa. - sussurrou.

Any: Eu gosto de ônibus e ninguém vai desconfiar de nada. - dei de ombros.

Alfonso: Ok então! - deude ombros. - Bom vc já sabe que ônibus tomar e que horas ele passa aqui... Se eu tiver correto o ponto é dois quarteirões antes do bar onde seu irmão ta, então quando vc descer pode pedir informação a alguém.

Any: Ok! - assenti mordendo meu lábio com força, aquilo era uma péssima hora pra chorar. - Pra onde vc vai agora? Que cidade?

Alfonso: Não sei! - deu de ombros.

Any: É... Poncho antes de vc ir queria te dizer uma coisa. - me aproximei sentindo meu coração sair pela boca.

Alfonso: O que? - ele estreitou as sobrancelhas.

Any: Gostei muito de ter viajado com vc, de verdade... Você foi a única pessoa em muito tempo que me ajudou e não tentou se aproveitar. - respondi sentindo minha garganta queimar.

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