Capítulo 31

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Cheguei no restaurante e cumprimentei os pais de Alfonso primeiro, lamentando por Chris e Thomas terem reunião com a produtora e não poderem vir. Alfonso me cumprimentou com um beijo em seguida e me abraçou.

- Não fica chateada eu vou roubar vc antes de chegar a sobremesa. - sorriu me encarando.

Forcei um sorriso e o beijei de leve.

A mesa já estava reservada pra nós então logo sentamos formando três casais e fizemos os pedidos. Assim que o garçom saiu meu pai começou seu interrogatório diretamente pra Alfonso.

- Então Alfonso, ontem não conversamos muito, fiquei curioso pra saber o que vc faz da vida?

Alfonso: Me formei em Administração, trabalho na empresa com meu pai agora e como hobby, às vezes adoro viajar, principalmente porque foi numa dessas viagens que conheci sua filha. - respondeu calmo e no final sorriu pra mim.

Enrique: Ah claro, a viagem que ela se meteu quando fugiu de casa, essas coisas são típicas da Anahí... Sabiam que quando ela era criança ela adorava se esconder, acho que era meio antissocial e por isso nunca teve amigos.

Abaixei a cabeça levando a primeira alfinetada, era por isso que eu não queria vir, eu sabia que ele ia fazer isso.

Marichello: Any sempre foi reservada. - sorriu encarando Paloma e Miguel. - Não é todo mundo que adora puxar o saco dos outros querido. - minha mãe alfinetou meu pai. - E por ser menina sempre a protegi e Any sempre foi romântica, tímida, sempre gostou de livros e de desenhar e não acho que ela perde alguma coisa sendo assim.

Paloma: Eu concordo!... Any não tem mal algum vc ser reservada, eu era assim na adolescência também, por isso adoro vc como nora, vc e o Poncho se completam com o modo diferente de ser. - sorriu e consegui sorrir de volta.

Enrique: Alfonso quem estar certo em ser como é, da pra ver que é um cara decidido, determinado, que tem foco nas coisas, seus pais devem se orgulhar de vc... Sinceramente Anahí espero que vc não estrague as coisas com esse rapaz, não sei o que Alfonso viu em uma menina insegura, tímida e sem-graça como vc pra estarem namorando, mas pelo jeito milagres acontecem, só não estrague as coisas viu?

Miguel: Não acho que sua filha possa fazer algo pra estragar o namoro, ela é muito boa pro nosso filho. - respondeu seco e eu me obriguei a respirar fundo e engolir as lágrimas.

O garçom chegou com os pedidos e vi de relance minha mãe fuzilar meu pai.

- Chega desse assunto... Vamos comer antes que a comida esfrie.

Engoli em seco e me obriguei a pelo menos fingir que estava almoçando. Senti Alfonso segurar minha mão algumas vezes como se tentasse manter algum contato comigo, mas eu estava envergonhada demais pra encará-lo. Estava com vergonha do meu pai, dos comentários dele e de mim, eu sabia que aquilo ia acontecer, meu pai sempre falava mal de mim e de Christian, não importasse onde estivesse ou com quem estivesse.

Soltei um suspiro aliviada quando a sobremesa chegou e agradeci quando o almoço finalmente acabou, tive que fingir que estava tudo bem ao me despedir dos pais de Alfonso, mas acho que não consegui enganá-los, como não enganei Alfonso quando ele me chamou pra dar uma volta e inventei uma desculpa.

- Acho que eu vou pra casa... To com dor de cabeça.

Paloma: Vamos com a gente filho, mais tarde vcs saem né? - sorriu pra mim e assenti.

Any: Desculpem alguma coisa. - me despedi às pressas e dei as costas pra ele.

Não abri a boca no táxi com a minha mãe a caminho de casa e assim que cheguei ao apartamento me despedi dela correndo fingindo que tava bem e subi. Agradeci ao ver que Chris e Thomas não tinham voltado e entrei no quarto. Com a porta fechada e sozinho no quarto, desabei na cama e chorei sentindo uma dor horrível.

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