Capítulo 14

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Cheguei no hospital e desci do taxi correndo, na recepção fui informada de onde meu irmão estava. Quando entrei no corredor encontrei Thomas na sala de espera e me desesperei ao ver seu estado. A roupa estava suja de sangue, o braço esquerdo estava enfaixado, os lábios estavam cortados assim como a sobrancelha direita e ele tinha hematomas por toda parte visível do corpo.

- Any...?

Any: Eu quero ver o Chris, por favor...

Thomas me envolveu com o braço não quebrado e me levou até o quarto. Senti que ia morrer quando vi meu irmão entubado. Seu rosto estava todo machucado, inchado, com cortes e arranhões. O peito desnudo mostrava vários hematomas e novos cortes, as mãos estavam arranhadas e havia um curativo enorme envolvendo seu ombro, muito sangue saia dali.

- Thomas o que aconteceu?

Thomas: Não fizemos nada Any... Eles cercaram a gente no estacionamento, começaram a nos xingar, disseram que éramos lixos, escória da sociedade... Chris tentou nos defender, dizendo que estavam sendo preconceituosos, pra nos deixarem em paz...Quando demos as costas, eles vieram pra cima de nós.

Any: Em quantos?

Thomas: Eram em cinco, primeiro me seguraram e... Esmurraram o Chris até deixa-lo inconsciente, depois vieram pra cima de mim, um quebrou meu braço com a barra de ferro que tinham e o outro chutou meu estomago quando cai, só não apanhei mais porque um homem gritou por socorro e eles fugiram... Achei que íamos morrer.

Any: Por que o curativo no ombro? - encarei Chris na cama.

Thomas: Iam esfaquear a gente, mas só conseguiram acertar um golpe.

Me sentei na cadeira, aquilo parecia um filme de terror. Primeiro Chris era expulso de casa pelo pai por ser gay, agora era espancado. Pelo que mais ele, Thomas e pessoas como eles iam ter que passar pra acabar tanto preconceito? Que mundo monstruoso era esse?

Any: Ele vai ficar bem, eu tenho certeza. - respondi tentando me convencer disso.

Thomas: Vai sim e daqui a pouco ele vai acordar com aquele sorriso que adoramos. - sorriu entre as lágrimas.

Any: E eu vou ta aqui pra ver, eu prometo. - encarei Chris.

Estava mais do que disposta a cumprir com a minha promessa. Não sai de perto do meu irmão nem por um minuto e passei a noite toda acordada tomando conta dele e discutindo com qualquer um que tentasse me convencer a ir embora, fosse Thomas, Victor, médico ou enfermeira.

A manhã seguinte chegou e o fato dele não acordar me assustava.

Thomas: Any vc passou a noite toda ai, sem contar o final da tarde, vc precisa descansar.

Any: Ele não esta acordando. - respondi exausta, as lágrimas escorriam naturalmente agora.

Thomas: Ele ta sedado... Any, vc precisa voltar pro bar, tem que descansar, ele não vai acordar agora e eu vou ficar aqui pra te dar noticias.

Any: Eu vou ficar, vc também passou a noite aqui. - respondi decidida.

Thomas: Mas eu dormi, troquei de roupa e vc não.

Não respondi e ele suspirou, ouvi quando saiu do quarto, segundos depois o ouvi conversar com alguém.

- Eu não sei mais o que fazer. - não consegui ouvir a resposta da outra pessoa, falava baixo demais. - Chris esta bem, esta igual, o problema agora é ela, Any não quer sair de perto dele... Não, ela não comeu, nem dormiu e ta arrumando briga com todo mundo que ta tentando fazer ela ir embora, será que vc consegue me ajudar?

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