Capítulo 04

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Quando voltamos pra moto o encarei e ele me olhou de volta, senti meu rosto esquentar de novo.

Alfonso: Não quer ligar pro seu irmão e marcar um lugar pra ele te encontrar quando chegarmos?

“Merda!”, pensei mordendo o lábio.

Alfonso: O que foi?

Any: É que... Meu irmão não sabe que to indo encontrá-lo, eu sei onde esta porque me mandou o endereço numa carta. - confessei me preparando pra explosão dele.

Alfonso: Você é maluca sabia? E se ele mudou? Como vai achá-lo? Tem noção de como Cancun é grande?

Any: Só tem três dias que ele me mandou essa carta, é cedo demais pra já ter se mudado e as coisas estão bem pra ele. - argumentei.

Alfonso: Mesmo assim vc devia avisar... Cara como vc é irresponsável.

Any: Hei para de falar comigo como se eu fosse criança.

Alfonso: Eu sabia que não era uma boa trazer vc comigo, eu devia estar em Cozumel.

Pronto ele havia se revelado, eu era um encosto pra ele. Aquilo me deixou com raiva, tive vontade de chorar, mas me contive. Abrindo a bolsa tirei um envelope pardo e peguei algumas notas sem parar pra contar quanto tinha.

- Ótimo então volta pra Cozumel, espero que esse dinheiro compense todo o trabalho que eu te dei.

Alfonso: Eu não quero seu dinheiro!

Any: E eu não quero obrigar ninguém a me ajudar, pode voltar pra onde vc tinha que ir, mas obrigada por ter me trazido até aqui. - segurei as lágrimas e larguei o bolo de notas na moto.

Dei as costas e sai andando, aquilo era uma péssima despedida. Agora que eu estava começando a gostar daquele desconhecido e achar que mais alguém além do Chris pudesse realmente gostar de mim, ele fazia isso.

Há passos duros segui em frente esperando pelo momento que a moto de Alfonso passaria do meu lado e eu nunca mais o veria, de repente aquele pensamento fez meu coração se apertar e doer.

- Não seja idiota Anahí, vc o conheceu a menos de 24 horas e ele nunca olharia pra vc.

Alguns homens fumavam escorados em bancos na beira da estrada e baixei os olhos querendo ficar invisível.

- E ai gatinha, vem beber com a gente.

“Mas que droga!”, xinguei por pensamento e segui andando mais rápido.

De relance vi um deles se levantar e entrei em pânico.

- Eu vi a grana que vc pôs na mochila, vem cá pagar umas bebidas pra gente vem.

Tive vontade de correr. Maravilha, seria morta e estuprada por uns brutamontes, mas jurei que se eu morresse, iria atormentar Alfonso pelo resto da vida.

Uma moto estacionou do meu lado e quase desmaiei ao ver Alfonso.

- Sobe! - ele ordenou estendendo o capacete pra mim e fuzilou o homem que parou de andar e acabou recuando.

Any: Você disse que não devia me ajudar.                 

Alfonso: É, mas não quero acordar amanhã e descobrir que vc foi morta ou ta desaparecida...Sobe!

Peguei o capacete e subi, acabei me agarrando a ele ainda assustada. Não queria nem pensar no que teria acontecido se ele não tivesse parado. Senti a mão de Alfonso acariciar a minha.

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