12.

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CAMILA


Enquanto eles saem, eu posso ouvir Sabrina tagarelando. Apesar de não serem suas palavras exatas, poderia muito bem estar falando sobre seu grande cérebro e como é difícil ela estar disposta a trabalhar para ele. Ela está tão obviamente flertando com ele, testando ângulos para ver qual é a resposta dele. Mal sabe ela, a principal resposta que ela está prestes a receber é a minha, a namorada ciumenta.

É o que eu sou? Percebendo que o que estou prestes a fazer é o auge da
imaturidade, beirando a ação de uma perseguidora em estágio cinco, os sigo pelo corredor. Sua porta está fechada, então sento em uma das cadeiras no canto. Eu não posso ouvir através das paredes e da porta, mas me esforço para ouvir de qualquer maneira.

Quase trinta minutos depois, a porta se abre. Enterro meu rosto no meu laptop, digitando como se estivesse
investindo no que quer que esteja trabalhando. A verdade é que é um trabalho para uma aula que já está terminado, então não vou salvar as alterações que estou fazendo agora,
mas é um disfarce decente.

De cima, eu ouço uma voz dizer meu nome.

— Camila?

Eu olho para cima para ver Sabrina, sorrindo e borbulhante mais uma vez.

— Ei, Sabrina. Sentindo-se melhor sobre a aula agora? — As palavras saem com uma sugestão de sarcasmo nelas, mas ela não parece notar.

— Oh sim. Professor Mendes foi ótimo em revisar tudo comigo. Eu estou muito bem agora. — Ela se abaixa, enfiando o cardigã na bolsa e, quando está de pé, percebo exatamente quão apertadas são suas calças e quão curto é seu top.

Embora não seja propriamente inadequado, não deixa nada para a imaginação, e o pedaço de pele da barriga que aparece a cada vez que ela se move chama atenção como um farol. Ela estava no escritório de Shawn vestida assim, flertando com ele. Eu sei disso no fundo do meu coração e, de repente, suas palavras inocentes parecem mais uma insinuação velada. Afinal, eu estive lá, eu fiz isso.

— Bom, eu estou feliz, — digo com firmeza.

Ela me olha com curiosidade.

— Em que você está trabalhando?

Eu mostro a tela para ela, feliz por ter uma desculpa pronta.

— Um artigo. É para esta tarde, então quis fazer uma ultima verificação.

— Oh, tudo bem. Bem, eu vou deixá-la continuar então. Obrigada novamente pela ajuda antes da aula. Eu acho que vou ficar bem. — Ela acena dois pares de dedos cruzados. — Me deseje sorte! Até a segunda-feira.

Espero que ela saia pela porta no final do corredor, contando os segundos até poder entrar com segurança no
escritório de Shawn, sem testemunhas - trinta e um, trinta e dois, trinta e três - e me levanto, empurrando meu laptop na minha bolsa e jogando por cima do meu ombro.

Paro na sua porta aberta, silenciosamente exigindo sua atenção. Um segundo depois, ele olha para cima, com um sorriso arrogante no rosto enquanto se recosta na cadeira e cruza os braços sobre o peito.

— Senhorita Cabello, entre. Algo que eu possa ajudá-la?

Eu entro e me forço a fechar a porta suavemente, embora queira batê-la pra caralho. Eu deixo cair minha bolsa no chão, as mãos em sua mesa em uma tentativa de parecer maior que ele.

— Que porra é essa? — Minha voz é alta, fúria em cada sílaba.

Shawn estreita os olhos, rugas minúsculas nos cantos enquanto ele olha para mim.

Satin and Pearls | EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora