2.

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CAMILA

Mendes olha para o relógio, um enorme Rolex que mostra sua apreciação as coisas boas da vida.

— Vocês podem começar. Boa sorte, — diz ele marcando o início.

— Posso fazer isso. Eu estudei e sei essa matéria. Devagar e com cuidado e vou conseguir um A, — eu
sussurro, virando a folha da prova. Ugh. Hora de trabalhar.

Eu não posso desperdiçar segundos
preciosos me preocupando com o quão longe na minha garganta eu poderia engolir o pau do Professor Mendes. Isso é tangencial à minha situação atual.

— Apenas um seno dos tempos. — eu brinco comigo mesma, esperando que as piadas matemáticas me ajudem.

Eu trabalho meticulosamente, verificando novamente todas as respostas uma vez que terminei para ter certeza de que cada ponto decimal está onde deve e que não cometi
nenhum erro estúpido... como esquecer um parêntese. Sim, aprendi minha lição. Quando termino, ainda temos vinte minutos de aula e eu assinto para mim mesma.

— OK. Dominei isso.

Eu olho em volta. Todo mundo ainda tem suas cabeças enterradas em seus testes, mas não há mais nada para eu fazer. Eu deveria me sentir bem, mas meio que me preocupa que eu tenha feito muito mais rápido do que qualquer outra pessoa. Eu chequei, no entanto. Considero refazer para
preencher o tempo, mas estou nervosa, vou pensar demais e mudar as respostas corretas.

Colocando meu lápis de lado, olho para o professor Mendes, que se move para a cadeira atrás de sua mesa e
senta com os pés no apoio, suas coxas poderosas esticando o tecido de sua calça jeans dominando a sala de aula como um lorde nos observando trabalhar.

Eu me aproximo, colocando meu papel na mesa na frente dele.

Os olhos do professor seguem minha
abordagem. Percebo que seu olhar cai no vale levemente bronzeado entre meus seios por um instante, e calor inunda meu corpo antes que ele os desvie, estendendo a mão para
pegar sua caneta vermelha enquanto olha para a minha prova como se fosse um lixo imundo.

— Isso foi rápido. Tem certeza que acabou? — Ele pergunta. Seu tom é questionador, como se já soubesse que eu estraguei tudo.

Endireito meus ombros, encontrando seus olhos desafiadores. Seu olhar sombrio parece queimar minha
alma. E por um momento, acho que ele não está falando sobre a prova... mas isso é apenas uma ilusão.

— Tenho certeza. Foi duro, mas consegui. Eu acho que a última me ensinou a ser extremamente vigilante sobre os detalhes. — eu respondo tão docemente, tão inocentemente, como se ele não me irritasse por sua avaliação incansável. Eu também enfatizei o duro um pouco demais de propósito, flertando apenas o suficiente.

Ele sorri, balançando a cabeça enquanto seus olhos me observam novamente. Ele está realmente me checando? Calor começa a aquecer meu núcleo com o pensamento.

— Isso é bom. Vejo você na próxima aula, ou apenas sente-se se quiser saber sua nota antes de sair.

— Obrigada, senhor, — eu respondo baixinho. — Eu espero que satisfaça as suas... expectativas.

Eu volto para o meu lugar, fazendo o máximo que posso em poucos passos, deixando meus quadris balançarem um pouco mais que o normal. Quando me sento, vejo que ele ainda está olhando para mim, mas apenas por um breve momento antes de se virar para o meu papel.

Eu só posso sonhar que por trás de seu olhar severo, ele está pensando em maneiras de me marcar como está marcando meu papel. Espere... o que? Porra. Ele acabou de fazer uma marca vermelha no meu teste... e outra.

Antes eu estava me sentindo sexy, minha calcinha umedecendo de desejo até mesmo da conversa momentânea com ele, agora estou puta de novo.

As provas são corrigidas pelo resto do tempo, e depois, ele distribui as poucas que conseguiu corrigir até o
momento. Ele vem, colocando minha prova virada na minha mesa, e minhas mãos tremem quando eu viro para encontrar... um B.

Chocada, olho meu teste, vendo as marcas vermelhas como acusações ao meu intelecto. Minhas respostas estão corretas, mas é no aqui e ali que ele tira os pontos, pequenos erros que nem afetam as respostas finais!

— Eu vejo todos vocês na próxima aula. Terei o resto das provas corrigidas e prontas para devolvê-las, — diz ele enquanto quase todos saem.

Eu recolho minhas coisas, segurando minha raiva. De Daniels ou de mim, não tenho muita certeza.

— Ei, um B não é tão ruim, — uma voz doce ao meu lado diz encorajadora. Eu olho para a minha direita e vejo
Sabrina Bowen. Ela é uma júnior e uma das garotas mais bonitas da classe, com longos cabelos loiros, grandes olhos azuis e lábios carnudos e rosados. Linda, inteligente e doce. Se não fosse por esse último, o fator doce, eu a odiaria por puro ciúme. Mas ela é realmente uma pessoa legal, o que faz você se sentir uma merda por invejá-la. Ela coloca a bolsa por cima do ombro. — Eu estou esperando por um C.

— Obrigada. Apenas achei que tivesse feito melhor que isso. Algumas dessas marcas são mesquinhas considerando que acertei a resposta. Ele é tão meticuloso! — Eu resmungo, minha voz ficando um pouco alta demais ao final do meu discurso. Ela franze a testa com simpatia, mas depois eu
ouço.

— Desculpe-me? — Professor pergunta, olhando para cima de outra prova que parece ainda mais sangrenta do que a minha, sua voz tensa com fúria fria. — Senhorita Cabello, se você quiser protestar contra sua nota, sinta-se à vontade para vir ao meu escritório. — Ele tampa sua caneta, seus olhos brilhando, como se estivesse me desafiando.

Do meu lado, ouço Sabrina se esgueirando para longe e percebo que ela me deixou sozinha tentando sair do campo de tiro.

Eu forço um meio sorriso, fingindo desculpas pelas minhas palavras, mesmo que não me arrependa. Estou irritada com ele pelo grau hipercrítico e por ter perdido os malditos detalhes novamente. Mas eu aceno. Droga, eu irei ao escritório dele. Já havia planejado isso.

Satin and Pearls | EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora