17.

821 80 8
                                    

CAMILA

O Golden Wok é um desses lugares que se torna uma instituição em quase todo o campus universitário da América. Primeiro era um ponto de encontro local para a contracultura e movimentos hippies antes de alguma forma se tornar aquele lugar onde os estudantes se encontrariam. Comida barata, serviço amistoso e uma
localização conveniente do lado de fora dos portões principais do campus certamente ajudaram, e quando o proprietário original faleceu, seu filho assumiu o controle.

O Wok é um lugar de estudantes, e está lotado quando entramos. Sabrina não está aqui, mas de qualquer maneira, sentamos em frente a uma mesa de quatro lugares, esperando às sete horas chegar.

— Você acha que ela está fodendo com a gente? — Eu pergunto. — Apenas mexendo conosco?

— Eu aposto que você sabe muito sobre esse assunto em particular, — diz Sabrina, aproximando-se com a
multidão de estudantes que acabou de entrar. Ela se senta, sorrindo triunfantemente. — Tenho que dizer, não achei que você iria aparecer. Eu achei que tivesse exagerado nos cem
mil, mas também achei que poderia muito bem tentar a sorte, por assim dizer. — Ela me dá uma piscadela, como se eu fosse rir da sua piada suja, como se isso fosse engraçado.

— Eu não posso acreditar que você está fazendo isso, — eu rosno, e Sabrina ri. — Eu achei que você era legal, mas isso é errado, muito errado. — Eu balanço minha cabeça, ainda confusa com a forma como nós acabamos nessa situação de merda.

— Legal? Não sou eu quem finge ser a senhorita Perfeitinha enquanto fodo meu professor. Sério, tenho que te
dar algum crédito. Você pegou aquele pau como umaprofissional. Com habilidades muito melhores do que eu esperaria de uma nerd matemática. — Sua voz é mais dura do que já ouvi, qualquer indício de doçura se dissipando comseu julgamento malicioso.

Eu respiro profundamente.

— Como pensei que você fosse uma amiga?

— Provavelmente porque estava fodendo demais para perceber o que estava bem na frente do seu rosto, — diz ela, encolhendo os ombros. — Então, novamente, você passou a
maior parte do semestre olhando para o Prof. aqui, também perdida em seu pau para perceber qualquer coisa. Eu não podia acreditar que você estava conseguindo. Agora eu sei porque.

— Ela mereceu suas notas, — diz Shawn em voz baixa. — Cada uma delas. — Eu sei que é verdade, mas
posso ver que Sabrina não acredita nele nem por um segundo.

Mas agora ela tem Shawn em sua mira e descarta nossa pequena troca, fixando seus olhos nele.

— Todo esse maldito cérebro, e ainda não é o suficiente para entender que, às  vezes, isso simplesmente não importa, — diz Sabrina, parecendo muito séria. — Vamos conversar sobre negócios.

— Então, qual é o plano? — Shawn pergunta casualmente.

Sabrina hesita um pouco. Eu acho que ela esperava que ele estivesse mais abalado do que está. Honestamente, eu esperava que ele fosse mais agressivo também, mas estou confiante que este é o primeiro passo... para alguma coisa.

— Bem, primeiro, as minhas notas... sim, você vai fazer o que for preciso para criá-las. Eu entendo que não pode tornar isso óbvio, mas você é inteligente. Faça funcionar. Vou precisar de um A na sua classe como nota final. Compreendido?

— Feito, — diz Shawn. — E o dinheiro?

Ela encolhe os ombros, como se a chantagem não fosse um grande problema.

— Por que não? Essas fotos parecem
valer alguma coisa, e a faculdade é muito cara. Essa pequena troca — ela aponta entre mim, Shawn e ela mesma - vai pagar pelo meu diploma, ah, mais minha bolsa de estudos, é claro. Isso vai me manter na pista com um A em sua classe. — Ela sorri, como se já pudesse contar o dinheiro.

Satin and Pearls | EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora