Chapter Seven

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Eu entrei no chalé de Brutus que era todo mobiliado com móveis antigos de aparência cara.

— Deixe me adivinhar, ganhou os móveis em uma aposta. - eu disse.

Ele sorriu.

— Ganhei o chalé em uma aposta. - ele disse.

Eu o olhei perplexa.

— O chalé? - eu perguntei.

Ele concordou.

— Todo mobiliado. - ele disse.

Eu olhei em volta.

— No que estavam apostando? - eu perguntei.

Ele deu de ombros.

— Por que quer saber? - ele perguntou.

Eu me voltei para ele e o mesmo riu.

— Foi em um racha. - ele disse - Não precisa ficar irritada.

Eu revirei os olhos.

— Deveria tirar essa roupa molhada. - ele disse - Talvez tomar um banho.

Eu olhei para ele e ergui uma sobrancelha.

— Eu consigo algo para você vestir, só não quero que fique espirrando em mim durante as aulas. - ele disse erguendo as mãos.

Eu sorri cinicamente.

— Quanta consideração. - eu disse.

Ele apontou para uma porta no corredor.

— Aquele é o banheiro. - ele disse - Sinta-se em casa.

Ele tirou a jaqueta de couro que usava e a sua camisa escura por baixo estava encharcada, colada nos seus músculos definidos.

Ele a puxou por cima da cabeça e eu desviei o olhar, mas não rápido o suficiente para não ver as grandes cicatrizes nas suas costas, uma de cada lado, que começavam na altura das omoplatas e desciam até um pouco acima do quadril, como um V de cabeça para baixo.

— O que houve com as suas costas? - eu perguntei me aproximando com a mão estendida para toca-lo.

Ele se virou tão rapidamente que meus olhos não captaram seus movimentos, e segurou o meu pulso antes que pudesse encostar nele.

Seu toque foi doloroso contra a minha pele mas ao mesmo tempo incendiador. Não sabia se era ele quem me queimava, ou eu quem o queimava.

— Por que gosta tanto de fazer perguntas? - ele perguntou.

Eu sorri me lembrando de suas palavras.

— Gosto de saber mais sobre as coisas que me fascinam. - eu repeti.

Ele sorriu de lado e aproximou o seu rosto do meu, fazendo o ar faltar em meus pulmões e a dor crescer em mim, mas eu lutava contra ela me recusando a cair.

— Vai ter que ser mais criativa da próxima vez, milagre. - ele disse.

E soltou o meu pulso se afastando. Eu respirei fundo sentindo o ar voltar a inflar os meus pulmões e senti a dor se dissipar.

Por que isso acontece quando ele se aproxima? Por que é como se ele me matasse aos poucos só por respirar um pouco mais perto?

E então a minha cabeça confusa se lembrou de que eu havia perguntado algo a Brutus antes da aproximação.

— Eu te perguntei algo... - eu disse de maneira confusa.

Ele me estendeu uma toalha.

— Me perguntou onde podia conseguir uma dessas. - ele disse - Parece que mesmo eu gostando muito desse vestido, você decidiu tomar um banho e tira-lo.

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