Eu entrei no chalé de Brutus que era todo mobiliado com móveis antigos de aparência cara.
— Deixe me adivinhar, ganhou os móveis em uma aposta. - eu disse.
Ele sorriu.
— Ganhei o chalé em uma aposta. - ele disse.
Eu o olhei perplexa.
— O chalé? - eu perguntei.
Ele concordou.
— Todo mobiliado. - ele disse.
Eu olhei em volta.
— No que estavam apostando? - eu perguntei.
Ele deu de ombros.
— Por que quer saber? - ele perguntou.
Eu me voltei para ele e o mesmo riu.
— Foi em um racha. - ele disse - Não precisa ficar irritada.
Eu revirei os olhos.
— Deveria tirar essa roupa molhada. - ele disse - Talvez tomar um banho.
Eu olhei para ele e ergui uma sobrancelha.
— Eu consigo algo para você vestir, só não quero que fique espirrando em mim durante as aulas. - ele disse erguendo as mãos.
Eu sorri cinicamente.
— Quanta consideração. - eu disse.
Ele apontou para uma porta no corredor.
— Aquele é o banheiro. - ele disse - Sinta-se em casa.
Ele tirou a jaqueta de couro que usava e a sua camisa escura por baixo estava encharcada, colada nos seus músculos definidos.
Ele a puxou por cima da cabeça e eu desviei o olhar, mas não rápido o suficiente para não ver as grandes cicatrizes nas suas costas, uma de cada lado, que começavam na altura das omoplatas e desciam até um pouco acima do quadril, como um V de cabeça para baixo.
— O que houve com as suas costas? - eu perguntei me aproximando com a mão estendida para toca-lo.
Ele se virou tão rapidamente que meus olhos não captaram seus movimentos, e segurou o meu pulso antes que pudesse encostar nele.
Seu toque foi doloroso contra a minha pele mas ao mesmo tempo incendiador. Não sabia se era ele quem me queimava, ou eu quem o queimava.
— Por que gosta tanto de fazer perguntas? - ele perguntou.
Eu sorri me lembrando de suas palavras.
— Gosto de saber mais sobre as coisas que me fascinam. - eu repeti.
Ele sorriu de lado e aproximou o seu rosto do meu, fazendo o ar faltar em meus pulmões e a dor crescer em mim, mas eu lutava contra ela me recusando a cair.
— Vai ter que ser mais criativa da próxima vez, milagre. - ele disse.
E soltou o meu pulso se afastando. Eu respirei fundo sentindo o ar voltar a inflar os meus pulmões e senti a dor se dissipar.
Por que isso acontece quando ele se aproxima? Por que é como se ele me matasse aos poucos só por respirar um pouco mais perto?
E então a minha cabeça confusa se lembrou de que eu havia perguntado algo a Brutus antes da aproximação.
— Eu te perguntei algo... - eu disse de maneira confusa.
Ele me estendeu uma toalha.
— Me perguntou onde podia conseguir uma dessas. - ele disse - Parece que mesmo eu gostando muito desse vestido, você decidiu tomar um banho e tira-lo.
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Supertitious
FantasyGabrielle D'Angelo é uma boa aluna do ensino médio, tem uma boa relação com o pai, mesmo que um pouco ausente, e tem amigos incríveis, uma vida normal. Até que tudo parece ficar bem estranho depois de conhecer o menino novo da escola, Brutus Fallen...