Chapter Twenty Eight

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Eu encarava Octavian que estava de pé a minha frente enquanto eu estava sentada na minha poltrona. Depois que eu acordei ele já estava lá, conversando com Brutus sobre o ocorrido.

— Vamos fortalecer a sua mente. - disse Octavian tocando as minhas têmporas.

Seu toque era frio como gelo, fazendo eu me encolher um pouco.

— Pense em algo concreto. Um sentimento, uma memória, uma pessoa. - ele disse dando de ombros.

Eu senti o meu rosto corar quando minha mente vagou até a floresta e ao beijo de Brutus. Ele sorriu e Octavian revirou os olhos.

— Esse romance não vai acabar bem. - ele disse olhando diretamente para Brutus - Sabe disso.

Ele lhe lançou um olhar raivoso.

— Não fiquem lendo a minha mente! - eu disse- Eu gosto de privacidade.

Octavian suspirou.

— Não gosto de lê-la, mas suas memórias praticamente gritaram para serem ouvidas. - ele disse - Essa em específico é bem forte.

Eu suspirei.

— Pode ser ela? - eu perguntei.

Ele suspirou e tocou na minha testa, e eu senti a minha cabeça rachar. Eu abri a boca como se fosse gritar mas nenhum som saiu e eu senti Brutus pegar a minha mão.

— Não vai demorar, meu milagre. - ele disse e beijou os meus dedos.

Eu senti as lágrimas rolarem pelo meu rosto enquanto eu sentia como se Octavian estivesse cortando minha cabeça ao meio, e então passou, me fazendo arfar desesperadamente e perder o equilíbrio, quase caindo da poltrona.

Brutus me pegou antes que eu caísse no chão, me colocando em seu colo. Eu respirei fundo o seu cheiro de menta enquanto deixava minha cabeça descansar em seu ombro.

— Fique de olho nela, vinte e quatro horas. - disse Octavian- Só eu vou bancar o detetive agora.

Brutus concordou acariciando as minhas costas.

— Preciso ir. - disse Octavian - Asmodiel tem desconfiado das minhas intenções na Terra.

Brutus fechou os meus olhos e eu senti uma brisa fria passar por mim antes de ele se levantar comigo nos braços. Eu sentia espasmos de dor pelo meu corpo e abracei Brutus, deixando claro que não queria que ele se afastasse.

Ele se deitou em minha cama comigo por cima e tocou as minhas costas por baixo da minha blusa, um toque inocente e reconfortante mas que fez o meu corpo se incendiar. Eu ergui a cabeça para olhar em seus olhos e então meus olhos se desviaram para os seus lábios e ele ergueu uma sobrancelha.

Então a porta do quarto se abriu e uma Nikki animada e furiosa entrou como um furacão.

— Para onde você...? - ela começou mas seis olhos caíram sobre Brutus embaixo de mim.

Eu me ergui rapidamente.

— Eu posso explicar. - eu disse.

Ela balançou a cabeça.

— Não precisa, vi o suficiente. - ela disse indo em direção a porta.

Eu me levantei rapidamente mas o meu corpo ainda estava abalado pela dor e eu caí no chão.

— Cuidado, ainda está muito recente. - disse Brutus me sentando no chão enquanto a minha respiração parecia desregular.

— O que há com ela? - perguntou Nikki se ajoelhando ao meu lado.

Eu respirei fundo.

— Eu estou bem. - eu disse.

Ela revirou os olhos irritada.

— O que fez com ela!? - ela perguntou olhando para Brutus.

Ele revirou os olhos.

— Eu só estou tentando ajudá-la. - ele disse.

Ela bufou.

— Você é o resumo dos problemas dela! - ela exclamou - Antes de você tudo era perfeito!

— Nikki... - eu disse pegando a sua mão- Não faça isso.

Ela me encarou e então bufou.

— Então é isso, entre a sua melhor amiga e um estranho que chegou na sua vida ontem, você escolhe o estranho. - ela disse.

Eu neguei.

— Não é uma escolha. - eu disse - Não precisa ser.

Ela riu sem humor.

— Então porque sinto que sempre que a escolha aparece você sempre corre para ele. - ela disse soltando a minha mão- Estarei em casa, esperando para dizer que eu te avisei quando você aparecer chorando por ele.

E então saiu do quarto a passos firmes e eu senti o meu rosto molhado pelas lágrimas que insistiam em cair.

Desde que Brutus entrou na minha vida, as brigas com Nikki tem sido mais frequentes que nunca, e mesmo não querendo admitir, sentia o peso das suas palavras sobre mim.

Mas era tudo tão complicado.

— Ela nunca vai entender, não é? - eu perguntei.

Brutus hesitou e então suspirou.

— Sempre haverá segredos entre vocês. - ele disse - Nunca mais será a mesma coisa.

Eu abracei os meus joelhos enquanto as lágrimas continuavam a cair. Ele se sentou ao meu lado e abraçou os meus ombros enquanto fazia carinho em meus cabelos.

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