Eu cheguei em casa na segunda depois da escola e corri para o banheiro, tomando banho e colocando o meu pijama rapidamente, penteei o cabelo mas esqueci de trançar.
— Vou dormir, Gia! - eu gritei- Boa noite!
— Ainda é cedo, já vai dormir? - ela disse.
Eu concordei mesmo ela não podendo me ver.
— Estou cansada, boa noite! - eu disse e entrei no quarto, trancando a porta.
Eu suspirei e olhei para o quarto vazio.
— Brutus? - eu chamei.
— Bem aqui. - ele disse ao meu lado.
Eu me afastei sobressaltada e então ri.
— Não me assuste assim. - eu disse o empurrando.
Ele segurou o meu pulso e me empurrou em direção a cama até minhas pernas baterem nela e eu cair.
— Desculpe, não foi a minha intenção. - ele disse subindo na cama em cima de mim, os joelhos de cada lado do meu quadril.
Eu sorri nervosa com a repentina aproximação.
— O que está fazendo? - eu perguntei.
Ele sorriu de lado e desceu o seu rosto até o meu ombro direito, o beijando.
— O que acha que eu estou fazendo? - ele perguntou contra a minha pele fazendo o calor viajar pelo meu corpo.
Eu respirei fundo sentindo os seus lábios roçarem na minha pele, traçando seu caminho pelo meu pescoço até o meu maxilar.
— Eu não tenho certeza... - eu disse enquanto ele beijava o meu maxilar em direção a minha boca.
Eu então entendi e o empurrei.
— Está tentando me distrair! - eu disse - Para eu não fazer as perguntas!
Ele suspirou enquanto eu batia em seu peito.
— Você é realmente insistente. - ele disse.
Eu o olhei zangada e me virei de costas para ele.
— Não vai me distrair. - eu disse cruzando os braços- O que mudou agora que eu sei sobre tudo isso?
Eu o ouvi respirar fundo.
— É difícil dizer. - ele disse se aproximando as minhas costas- Espero que você faça o que eu digo e não se coloque em risco.
Ele pegou os meus cabelos e seus dedos tocaram levemente a minha nuca. Eu revirei os olhos.
— Eu notei que eu não preciso mais dos óculos. - eu disse.
Senti os seus dedos trançarem os meus cabelos.
— A sua péssima visão era efeito do encanto, para impedir que você visse as coisas sobrenaturais que acontecem na nossa cidade. - ele disse.
Eu mexia distraidamente na barra da minha blusa.
— Coisas acontecem na nossa cidade? - eu perguntei.
Ele pegou a minha mão e puxou o elástico que ficava em meu pulso para amarrar o meu cabelo.
— Muitas coisas, mas você parecia se manter longe delas. - ele disse e beijou a minha nuca - Até ir a aquele galpão.
Eu concordei sentindo o meu corpo arrepiado.
— A falta de ar que eu senti quando te olhei...- eu comecei.
— Sou uma presença marcante do nosso mundo. - ele disse contra a minha pele - Era um anjo importante antes de cair.
— Por que caiu? - eu perguntei.
Ele hesitou e então me virou para ele, deitando na cama e me puxando por cima.
— Está no passado, não importa. - ele disse.
Eu toquei o seu rosto.
— Por que não quer me dizer? - eu perguntei.
Ele sorriu.
— Porque o mistério é excitante. - ele disse.
Eu ergui uma sobrancelha.
— Mas eu quero conhecer você. - eu disse.
Ele suspirou.
— Meu passado não me define. - ele disse.
— Mas fez de você quem você é. - eu disse.
Ele suspirou.
— É uma longa história. - ele disse.
Eu sorri docemente.
— Temos tempo. - eu disse.
Ele me encarou por um momento e então suspirou.
— Asmodiel tinha esse plano de criar uma nova espécie desde muito tempo atrás. - ele disse - Ele tentou me convencer a descer e ter um filho com uma moça mortal de sua escolha, disse que a criança seria muito poderosa por causa dos meus genes.
Eu concordei ouvindo atentamente.
— Eu neguei, é claro, pensando que aquilo era idiotice e beirava a insensatez. - ele disse - Depois disso, fui conversar com o Pai sobre os planos de Asmodiel, tentar entender as suas razões, mas me prenderam antes, acusado de traição.
Ele bufou.
— Não tive um julgamento, apenas fui levado ao pátio e tive as asas arrancadas. - ele disse - Antes de me jogar na Terra, Asmodiel sorriu cruelmente e disse: Et tu, Brutus.
Ele revirou os olhos.
— Uma piada de mal gosto, mas adotei o nome quando caí, não queria que ninguém soubesse quem eu realmente era. - ele disse.
Ele parou de falar e eu o esperei continuar mas ele não o fez.
— E qual é o seu verdadeiro nome? - eu perguntei.
Ele suspirou tocando o meu rosto.
— Um outro dia. - ele disse - Ainda não estou pronto para responder a essa pergunta.
Eu concordei meio decepcionada senti a sua mão adentrar a minha camisa e fazer carinho nas minhas costas. Seu toque escaldante enviou faíscas pelo meu corpo e eu descansei a cabeça em seu peito.
— Evitei a Anstice a todo o custo hoje. - eu disse - Tive que almoçar nas arquibancadas.
Ele riu.
— Não gosto disso. - eu continuei - Ela é minha amiga, não posso simplesmente ignora-la para sempre.
Ele suspirou.
— Não vai ser para sempre. - ele disse- Vai ser só até descobrirmos o que ela quer.
Eu senti o meu corpo relaxar e as minhas pálpebras ficarem pesadas.
— Está mexendo na minha cabeça, não está? - eu disse bocejando.
Ele sorriu contra os meus cabelos.
— Durma, meu milagre. - ele disse.
Eu suspirei sentindo meu corpo leve enquanto caía no sono.
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Supertitious
FantasyGabrielle D'Angelo é uma boa aluna do ensino médio, tem uma boa relação com o pai, mesmo que um pouco ausente, e tem amigos incríveis, uma vida normal. Até que tudo parece ficar bem estranho depois de conhecer o menino novo da escola, Brutus Fallen...