Chapter Twenty Four

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Eu cheguei em casa na segunda depois da escola e corri para o banheiro, tomando banho e colocando o meu pijama rapidamente, penteei o cabelo mas esqueci de trançar.

— Vou dormir, Gia! - eu gritei- Boa noite!

— Ainda é cedo, já vai dormir? - ela disse.

Eu concordei mesmo ela não podendo me ver.

— Estou cansada, boa noite! - eu disse e entrei no quarto, trancando a porta.

Eu suspirei e olhei para o quarto vazio.

— Brutus? - eu chamei.

— Bem aqui. - ele disse ao meu lado.

Eu me afastei sobressaltada e então ri.

— Não me assuste assim. - eu disse o empurrando.

Ele segurou o meu pulso e me empurrou em direção a cama até minhas pernas baterem nela e eu cair.

— Desculpe, não foi a minha intenção. - ele disse subindo na cama em cima de mim, os joelhos de cada lado do meu quadril.

Eu sorri nervosa com a repentina aproximação.

— O que está fazendo? - eu perguntei.

Ele sorriu de lado e desceu o seu rosto até o meu ombro direito, o beijando.

— O que acha que eu estou fazendo? - ele perguntou contra a minha pele fazendo o calor viajar pelo meu corpo.

Eu respirei fundo sentindo os seus lábios roçarem na minha pele, traçando seu caminho pelo meu pescoço até o meu maxilar.

— Eu não tenho certeza... - eu disse enquanto ele beijava o meu maxilar em direção a minha boca.

Eu então entendi e o empurrei.

— Está tentando me distrair! - eu disse - Para eu não fazer as perguntas!

Ele suspirou enquanto eu batia em seu peito.

— Você é realmente insistente. - ele disse.

Eu o olhei zangada e me virei de costas para ele.

— Não vai me distrair. - eu disse cruzando os braços- O que mudou agora que eu sei sobre tudo isso?

Eu o ouvi respirar fundo.

— É difícil dizer. - ele disse se aproximando as minhas costas- Espero que você faça o que eu digo e não se coloque em risco.

Ele pegou os meus cabelos e seus dedos tocaram levemente a minha nuca. Eu revirei os olhos.

— Eu notei que eu não preciso mais dos óculos. - eu disse.

Senti os seus dedos trançarem os meus cabelos.

— A sua péssima visão era efeito do encanto, para impedir que você visse as coisas sobrenaturais que acontecem na nossa cidade. - ele disse.

Eu mexia distraidamente na barra da minha blusa.

— Coisas acontecem na nossa cidade? - eu perguntei.

Ele pegou a minha mão e puxou o elástico que ficava em meu pulso para amarrar o meu cabelo.

— Muitas coisas, mas você parecia se manter longe delas. - ele disse e beijou a minha nuca - Até ir a aquele galpão.

Eu concordei sentindo o meu corpo arrepiado.

— A falta de ar que eu senti quando te olhei...- eu comecei.

— Sou uma presença marcante do nosso mundo. - ele disse contra a minha pele - Era um anjo importante antes de cair.

— Por que caiu? - eu perguntei.

Ele hesitou e então me virou para ele, deitando na cama e me puxando por cima.

— Está no passado, não importa. - ele disse.

Eu toquei o seu rosto.

— Por que não quer me dizer? - eu perguntei.

Ele sorriu.

— Porque o mistério é excitante. - ele disse.

Eu ergui uma sobrancelha.

— Mas eu quero conhecer você. - eu disse.

Ele suspirou.

— Meu passado não me define. - ele disse.

— Mas fez de você quem você é. - eu disse.

Ele suspirou.

— É uma longa história. - ele disse.

Eu sorri docemente.

— Temos tempo. - eu disse.

Ele me encarou por um momento e então suspirou.

— Asmodiel tinha esse plano de criar uma nova espécie desde muito tempo atrás. - ele disse - Ele tentou me convencer a descer e ter um filho com uma moça mortal de sua escolha, disse que a criança seria muito poderosa por causa dos meus genes.

Eu concordei ouvindo atentamente.

— Eu neguei, é claro, pensando que aquilo era idiotice e beirava a insensatez. - ele disse - Depois disso, fui conversar com o Pai sobre os planos de Asmodiel, tentar entender as suas razões, mas me prenderam antes, acusado de traição.

Ele bufou.

— Não tive um julgamento, apenas fui levado ao pátio e tive as asas arrancadas. - ele disse - Antes de me jogar na Terra, Asmodiel sorriu cruelmente e disse: Et tu, Brutus.

Ele revirou os olhos.

— Uma piada de mal gosto, mas adotei o nome quando caí, não queria que ninguém soubesse quem eu realmente era. - ele disse.

Ele parou de falar e eu o esperei continuar mas ele não o fez.

— E qual é o seu verdadeiro nome? - eu perguntei.

Ele suspirou tocando o meu rosto.

— Um outro dia. - ele disse - Ainda não estou pronto para responder a essa pergunta.

Eu concordei meio decepcionada senti a sua mão adentrar a minha camisa e fazer carinho nas minhas costas. Seu toque escaldante enviou faíscas pelo meu corpo e eu descansei a cabeça em seu peito.

— Evitei a Anstice a todo o custo hoje. - eu disse - Tive que almoçar nas arquibancadas.

Ele riu.

— Não gosto disso. - eu continuei - Ela é minha amiga, não posso simplesmente ignora-la para sempre.

Ele suspirou.

— Não vai ser para sempre. - ele disse- Vai ser só até descobrirmos o que ela quer.

Eu senti o meu corpo relaxar e as minhas pálpebras ficarem pesadas.

— Está mexendo na minha cabeça, não está? - eu disse bocejando.

Ele sorriu contra os meus cabelos.

— Durma, meu milagre. - ele disse.

Eu suspirei sentindo meu corpo leve enquanto caía no sono.

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