Eu acordei e estava deitada no saco de dormir ao pé da cama, e eu me perguntava como eu havia chegado ali. A poltrona estava virada para mim, quase de costas para a janela.
Eu me levantei e os dois ainda dormiam. Eu olhei o relógio e vi que eu havia acordado vinte minutos antes do meu despertador.
Eu suspirei e peguei um vestido leve de um azul quase branco, que combinava com o esmalte que Anstice havia escolhido para mim na noite anterior.
Eu fui tomar um banho e depois de me vestir eu desfiz a trança, e prendi a parte de cima para não ficar no meu rosto, mas deixei o resto solto.
Eu saí do banheiro e voltei ao quarto para calçar as minhas sapatilhas, e o despertador tocou acordando Nick e Anstice.
— Bom dia. - eu disse.
Nick bocejou se sentando na cama, seu rosto estava marcado pelas dobras do lençol, mas Anstice estava perfeita.
— Você é maluca, acordou antes do despertador!? - ele perguntou sonolento e indignado.
Eu dei de ombros.
— As vezes acontece. - eu disse pegando a minha mochila - Se aprontem.
Eu desci as escadas e peguei uma maçã enquanto mexia no celular não fazendo nada de especial.
Eles se aprontaram rapidamente e eu dirigi até a escola com o rádio ligado, Nick e Anstice se esgoelavam ao som das músicas e eu ri, pensando que Nikki poderia se dar muito bem com Anstice.
Pensar em Nikki fez meu peito doer, mas eu afastei esse sentimento antes que eu começasse a chorar. Eu estacionei na escola e vi Brutus escorado em seu carro enquanto um garoto falava com ele.
— Aquele é o Octavian. - disse Anstice.
Eu analisei o menino que deveria ter no máximo quinze anos. Como ele já podia ser importante em uma gangue? Seus cabelos negros estavam perfeitamente penteados para trás e ele usava terno completo, com colete e tudo, e tinha os olhos azuis gélidos sérios, quase como se fosse muito mais velho do que parece.
— Tem certeza? - eu perguntei.
Ela estremeceu.
— Com certeza. - ela disse olhando para ele como se pudesse ver algo que nós não.
Eu desci do carro e fui em direção a Brutus, mantendo meus olhos em Octavian. Quando estava quase lá nossos olhos se cruzaram e os seus se suavizam ao me encarar e em no tempo de uma batida do meu coração ele havia sumido.
— Onde ele foi? - eu perguntei chegando ao lado de Brutus.
Ele se voltou para mim.
— Ele quem? - ele perguntou.
Eu desviei o olhar do seu.
— Octavian, não tente me enrolar. - eu disse.
Ele riu.
— Vi que fez novas amizades. - ele disse olhando para Anstice.
Eu suspirei.
— Resolvi dar uma chance a ela. - eu disse - Mas não tente me distrair!
Ele sorriu.
— Mas eu nem tentei ainda. - ele disse me puxando para perto pelo quadril.
Eu senti aquele fogo me consumir novamente, sentindo a queimação e a dor, mas não me afastei, e ergui o olhar para o dele.
— Funciona melhor quando há contado. - ele disse tocando o meu rosto.
Eu o encarei e senti a minha cabeça ficar confusa então balancei a cabeça, saindo do transe, e me afastei.
— Não, não vai fazer isso. - eu disse - O que Octavian estava fazendo aqui?
— Como sabe que aquele era Octavian? - ele perguntou.
Eu me voltei para ele.
— E não era? - eu perguntei - Não minta.
Ele suspirou.
— Era. - ele disse passando as mãos pelos cabelos.
— E o que ele estava fazendo aqui? - eu perguntei.
Ele deu de ombros.
— Foi apenas uma visita para xingar um velho amigo, nada demais. - ele disse.
Eu o encarei, sentindo que havia muito por trás dessa visita de Octavian.
— Por que não veio a escola ontem? - eu perguntei.
Ele sorriu.
— Sentiu a minha falta? - ele perguntou.
Eu revirei os olhos.
— Não. - eu disse.
Ele ergueu uma sobrancelha.
— Não minta. - ele disse enrolando uma mecha do meu cabelo em seu dedo indicador.
Eu peguei a mecha da sua mão com o rosto corado.
— Apenas responda. - eu disse.
Ele riu.
— Tive que resolver algumas coisas com um velho amigo. - ele disse dando de ombros.
Eu cruzei os braços.
— Octavian? - eu perguntei.
Ele negou parecendo divertido com o meu jogo de perguntas.
— O pai de Anstice? - eu perguntei.
Ele de repente ficou sério e se afastou do carro, se aproximando de mim.
— O que sabe sobre o pai de Anstice? - ele perguntou.
Eu dei de ombros.
— Nada, na verdade. - eu disse - Ela só me disse que já tinha visto vocês dois conversando.
Ele olhou para Anstice que estava escorada no meu carro com um olhar fulminante.
— Tenha cuidado com Anstice. - ele disse - E principalmente, não vá a casa dela. Nunca.
Eu o olhei confusa.
— Por quê? - eu perguntei.
Ele suspirou tocando o meu rosto, me fazendo sentir aquela queimação que eu fechei os olhos para apreciar.
— Apenas confie em mim dessa vez. - ele disse e beijou a minha testa - Vejo você mais tarde.
Eu abri os olhos e ele tinha sumido. Eu cruzei os braços sentindo um repentino frio e suspirei. Percebi que para descobrir mais sobre Brutus só havia uma pessoa além dele que poderia me dar essas informações.
Preciso falar com Octavian.
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Supertitious
FantasyGabrielle D'Angelo é uma boa aluna do ensino médio, tem uma boa relação com o pai, mesmo que um pouco ausente, e tem amigos incríveis, uma vida normal. Até que tudo parece ficar bem estranho depois de conhecer o menino novo da escola, Brutus Fallen...