Philadelphia

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Nossos pais e Elise voltaram ao apartamento depois das despedidas, estavam cansados, exceto por Elise, ela parecia bem disposta e queria brigar com Tyler, compreensível, ele a provocou durante a festa inteira.

    Após um bom banho, e uma espreguiçada gostosa, eu me preparava para dormir, meus pais já tinham capotado à tempos, os dois são mais velhos e não possuem a disposição que nós jovens temos, haviam ido se deitar antes mesmo que eu terminasse o banho, bateram na porta desejando um “boa noite” e foram para o quarto. Fui ler um livro na sala, isso me ajuda a ficar com sono, o problema é quando chego nas partes interessantes e já estou quase apagando, sigo lutando para não piscar forte e desmaiar de sono no sofá da sala, já me aconteceu uma ou duas vezes, e ao acordar no dia seguinte eu estava destruído, com dores no pescoço e na lombar. Especialmente hoje eu vim ler na sala por apenas um motivo, não escutar a briga de casal entre Elise e Tyler, eles aproveitam que nosso quarto é o mais longe do quarto de nossos pais e mais próximo da sala, entre o nosso quarto e o deles ainda tem a sala de jantar e o quarto de Elise, ou seja, eles podem discutir a vontade. O problema é que essa discussão não dura muito e culmina no velho sexo apaixonado – paixão da parte de Elise –, e eu tenho duas opções: continuar aqui e tentar não apagar de sono enquanto espero tudo entre eles acabar, ou ir para o quarto, deitar na minha cama e escutar os gemidos estridentes de Elise enquanto a merda da beliche chacoalha como se estivéssemos num terremoto. Realmente não existe pudor.

    O que eu acho engraçado é essa relação doentia que Elise tem com Tyler, ela sabe o quanto ele é safado e cafajeste, no entanto continua se submetendo a isso, tenho ampla noção de sua ninfomania, mas ela bem que poderia fazer com outros e parar de se humilhar desta forma. No fundo no fundo, talvez ela tente, na verdade ela faz com outros rapazes da faculdade, isso é certeza, mas é apenas sexo casual, para matar a vontade, o amor ela deixa para Tyler, essa relação incestuosa um dia vai levar a ruína de nossa família, talvez a morte de alguém, na realidade levará a morte de um deles, já sonhei com isso antes, e ao mesmo tempo que foi impactante, também foi libertador!
    Bom, vou dormir aqui no sofá mesmo, foda-se!

    – Ei Trevor meu amor, acorda!!! Olha Gregor, nosso anjinho dormiu de novo no sofá.

    – Ele precisa parar de dormir aí, vai pegar um resfriado!

    – Ah, oi! Bom dia pai, bom dia mãe.

    – Bom dia.

    – Bom dia.

    – Apaguei de novo lendo o livro... ai droga, perdi a página em que parei!

    – Haha. Deixa meu anjo, depois você procura a página, levante-se daí e vá chamar o seu irmão, vamos tomar café.

    – Certo!

    Espero não abrir a porta e ver os dois pombinhos abraçados na cama..., mas a quem eu quero enganar? Tyler é calculista demais para deixar algo assim acontecer!

    Ao abrir a porta, apenas certezas, lá estava ele, deitado em sua cama sozinho e com uma feição extremamente sínica e satisfeita.

    – Vamos Tyler, sei que está acordado!

    – Bom dia para você também Trevor.

    – Bom dia.

    – Estou revigorado e pronto para outra! Quem sabe mais tarde hem...

    – É, quem sabe, vocês dois não se cansam.

    – Não, Elise não!

    – Ah sim, tinha esquecido.

Os Gêmeos: Na Ilha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora