Capítulo (IV) Prazeres da Vida

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Medo é algo íntimo, eu sei bem. A chuva vaza por entre as nuvens de Philadelphia nesta gloriosa manhã.

    – O seu irmão veio hoje, vi ele perambulando com o grupinho de freaks and geeks dele.

    – Ah sim, ele não aguentou ficar cuidando de nossa mãe.

    Dou dois cliques em um fórum que está falando sobre ocultismo e do caso de Elise, que coincidentemente entrou para mais uma especulação satânica.

    – Cuzão! Deixou a responsabilidade para você e seu pai. Olha, não sei como aturam ele aí. – Ela bufou do outro lado da linha.

    – Não vou culpá-lo, não são todos que têm estômago para isso. – Suspirei no celular.

    – Mesmo assim, só o fato de estar ao lado da mãe já seria o suficiente. – Ela faz uma pausa, sopra na entrada de voz causando um forte chiado –  Falando em mãe, a minha está horrorizada, disse que gostaria de ligar aí na sua casa para prestar as condolências, mas meu pai a segurou, falou que seria um incômodo. – De fato.

    – Claro que não, se bem que acho difícil alguém que não seja eu e meu pai conversar com minha mãe.

    Outro clique e vi um usuário anônimo alegando ser o Death Moth. Esses filhos da puta não chegariam aos nossos pés.

    – É amor, que barra essa que você e seus pais estão passando. Nem consigo imaginar. – Só fala merda.

    – É...

    – Vamos mudar de assunto, chega de tristeza. Quando você volta para o colégio? Estou morrendo de saudades! – E eu cansado de bater punheta, preciso comer alguém.

    – Semana que vem, eu acho.

    – Vai demorar ainda... – outra pausa – Ah! Esqueci de te contar uma coisa. Sabe a Bárbara Byancchor? – Obviamente.

    – Baby?

    – Sim. – Nance odeia que eu chamo Bárbara de Baby. – Então, ela veio dar em cima de mim. Chegou com um papinho de que eu estava muito sozinha, queria saber se você e eu ainda estávamos namorando. Acredita na ousadia dessa puta?

    Um ménage a trois. Que gostoso. Nunca tentei isso, bom, a Elise já tentou. Trevor, ela e eu. Pena que meu irmão não aceitou. Agora seria um ótimo momento, Baby enfiando a língua na boceta de Nance enquanto eu como seu cú. Ah caralho, eu preciso disso.

    – E o que você falou?

    – Que a gente estaria muito bem, apenas os acontecimentos recentes teriam afetado sua frequência no colégio.

    – Eu fico excitado quando te vejo nervosa. – Não deixa de ser verdade, embora o motivo da minha ereção agora seja a imagem das duas uma por cima da outra.

    – Ah é? Hum, bom saber. – Sua voz fica mais sensual.

    – Onde está agora? Matando aula?

    – Na quadra em plena chuva, escondida sob uma lona. As meninas insistiram em vim ver o Mark e os meninos treinarem para as quartas de final.

    – Cuidado aí, nem olhe para o Mark. – Soltei um riso.

    – Relaxa, o único pau que eu desejo é o seu. – Imagino ela mordendo os lábios agora.

Os Gêmeos: Na Ilha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora