As vezes em que você partiu sem se despedir

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Dentre todas as estações, Renjun sempre dera preferência ao inverno. Gostava da neve que caia em montinhos, de tomar chocolate-quente com marshmallows pouco antes de se aconchegar debaixo das cobertas. E principalmente, gostava dos dias de férias em que passava tardes e mais tardes brincando com todos seus primos na casa de sua avó.

Naquele noite, Renjun ocupava seu tempo arrumando suas coisas, finalmente a época de visitar a anciã da família Huang havia chegado. 
No interior da mala acomodava casacos, suéteres e alguns de seus brinquedos, o que tornava a tarefa de fecha-la um tanto quanto desafiadora.

— Nana...acho que vamos ter que tirar alguma coisa... — Renjun confessou, encarando o menino de cabelos rosados que sentava em cima da mala para ajuda-lo a fechar. — Acho que não precisamos desse casaco, certo? — Renjun apontou, esticando o casaco de pele a frente de si.

— Mamãe vai ficar brava... Vamos tirar o Sr. Urso, ele nem vai conseguir respirar aí dentro... — aconselhou Nana, tirando o urso de pelúcia do interior da mala.

— Você sabe que não consigo dormir sem ele Nana, eu vou ficar com muito medo... — Renjun discordou, puxando o ursinho de volta para si. 

— Você não precisa ter medo... Eu vou com você. Estou aqui pra te proteger, não se lembra?

Renjun fez que sim, finalmente se livrando do ursinho. Realmente não precisava de qualquer guardião. Quando Nana estava consigo, nada poderia o ferir.

O Huang finalmente conseguira fechar o zíper de sua mala, abrindo um sorriso divertido para seu príncipe imaginário. Naquele mesmo minuto, ouvira sua mãe o chamando, havia acabado a tarefa a tempo.

— Eu já terminei mamãe... — o garoto dissera da escada, descendo empolgado com a expectativa de que poderia ir à casa da avó naquele mesmo dia.

— Venha rápido, Mark está aqui pra brincar com você!

Renjun escutou aquilo confuso. O que o amigo fazia, àquela hora da noite, em sua casa?

— Oi Junie...— o mais velho proferiu em tom fraco, era nítido que este estava desconfortável.

— Vá brincar querido, já vou preparar algo pra que você possa comer... — a mais velha apontou, incentivando Mark a se aproximar de Renjun.

O mais novo ainda estava perdido, mas não achara ruim que Mark estava ali, muito pelo contrário. O Huang rapidamente tomou o Lee pelas mãos, guiando-o até seu quarto. Mal podia esperar para mostrar seus brinquedos novos ao canadense.
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Renjun não queria soar intrometido, mas mesmo sobre a distração de seus brinquedos, ainda estava curioso com a chegada repentina de Mark no meio da noite. Talvez estivesse desconfiado demais, mas todos os atos dos Lees faziam com que este sentisse certo receio.

—  Fiquei feliz que sua mãe me deixou dormir aqui... Mamãe já estava preocupada em me deixar sozinho...— então Mark deixara escapar aquilo enquanto mexia em seus bonecos. Nana encarara o garoto mais velho com preocupação, sentia que aquilo não levaria a algo bom.

— Mas o que aconteceu? — Renjun indagou, olhava para Mark com desconfiança.

— Tiveram de levar o Nono... Tiveram de levar ele pra aquele lugar estranho.
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Os dedos de Renjun tamborilavam impacientemente no balcão enquanto Donghyuck perseguia Moon Taeil — o mais novo contratado da lanchonete — com os olhos. O mais velho mal podia acreditar que o amigo poderia tê-lo colocado naquela situação desconfortável apenas para flertar com o garçom.

Para onde eles vão? - Norenmim Onde histórias criam vida. Descubra agora