O amor que cura feridas

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Era verão. Os cabelos escuros do pequeno Na Jaemin refletiam os raios de sol enquanto este ajeitava-se em meio as caixas de mudança que ocupavam o banco de trás do carro de sua mãe. Os Nas estavam finalmente chegando em Fireflies.

— Ansioso, querido? Estamos quase chegando — a mais velha indagou, observando o garotinho sorridente pelo retrovisor do carro. — Já fiquei sabendo que a casa na frente da nossa foi comprada esses dias por uma família com dois garotinhos... E seu primo Jummyeon também disse que vai te apresentar pra um garoto da sua idade que sempre visita a locadora. Tenho certeza que vai se dar bem com eles.

Jaemin fizera que sim após um suspiro contido, o unicórnio de pelúcia vinha colado aos braços, fazendo com que a mulher risse. Ela imaginava que o mais novo estava sim um tanto quanto nervoso com a mudança repentina, já que, poderia não ser de todo tímido, mas tinha lá suas dificuldades em lidar com novas amizades.

— E se reconhecerem você do comercial não fique nervoso, você estava lindo... — o pai do garoto complementou — De um chiclete pra eles, e sorria largo.

O garoto voltara a fazer que sim, franzido o cenho de maneira concentrada. Jaemin faria aquilo dar certo, ele tinha de ter confiança.  

O mais novo então se apoiou em meio a caixa de seus brinquedos, observava as folhas das árvores se movimentando com rapidez enquanto saboreava uma caixinha de suco de uva, tentava aproveitar o restinho da viagem que lhe sobrava, preparando seu coraçãozinho para as novas figuras que conheceria. Mas, sem que se desse conta, o carro acabara sendo parado.

— Vamos querido, é aqui... — o pai do garoto alertou, fazendo com que Jaemin engolisse em seco.

Os olhos do menino passearam entre as janelas, enquanto os dois adultos retiravam-se do carro carregando caixas. Jaemin apertara-se novamente a seu unicórnio, ainda com um pouco de medo de enfrentar o desconhecido.
Com os pés sobre a calçada, Jaemin segurava alguns de seus brinquedos por debaixo do braço. A ideia era que ajudasse seus pais, mas ainda era fraco demais para que carregasse algo além de seu banco imobiliário.

Bem antes que o Na chegasse à porta, os gritos do outro lado da rua tomaram sua atenção. Os dois garotinhos de que sua mãe havia falado provavelmente estavam aproveitando aquele verão escaldante dentro da piscina.

— Você pode ir querido... Vá conhece-los. — a mãe do garoto apontou, tomando Jaemin de surpresa. — Já tinha conversado com nosso vizinho antes, ele era colega de faculdade da tia Hyemin, se lembra dela querido? Uma pena que ela tenha se afastado... Você e o filho dela tem a mesma idade, agora nem sei onde eles estão. — a mulher lamentou-se, pensando em sua antiga amiga de infância.

Jaemin dissera que sim, sentindo-se um tanto quanto cabisbaixo. Não sabia o que havia acontecido com a mulher, mas é fato que sentia sua falta.

— Deixe isso aí, vá se divertir... Você pode nos ajudar mais tarde a desempacotar. — a mulher insistiu, tentando reavivar o clima. O banco imobiliário fora rapidamente retirado das pequenas mãozinhas do Na. — E não se esqueça de levar a Lady Íris com você.

O mais novo deixou-se sorrir enquanto puxava o unicórnio para si. O sorriso de sua mãe acabou por funcionar como um grande sopro de confiança, mas assim que este começou a atravessar a rua, o nervosismo voltou a preencher sua espinha. Jaemin ouvira gritos não muito felizes.

— Nono para com isso!

— Eu quero ver a boia gatinho!!

— Nono para você vai machucar ele! Renjun!!

Jaemin passara a observar tudo, esgueirando-se entre os buracos da cerca enquanto tentava entender o que os garotos discutiam. Percebia que seus vizinhos tinham companhia, já que haviam 3 garotinhos dentro da piscina. Como ele poderia aparecer ali de repente se estes já tinham visita?

Para onde eles vão? - Norenmim Onde histórias criam vida. Descubra agora