Guarde para você...ou não

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Stella

Observo a grande concentração de árvores e seus tons tórridos outonais, o vento frio já está chegando, e com isso, traz uma grande névoa, com as folhas caídas de seus galhos, no entanto, o clima cálido nessa época já incomoda bem menos. Normalmente não gosto de me aventurar pelo bairro nessas condições, porém, desde a chegada da nova livraria não consigo mais me manter distante, fiz questão de anunciar a novidade para todos, Cat já adquiriu vários livros bastantes atrativos, alguns da famosa escritora Agatha Christie, aquela baixinha adora romances policiais, ainda mais quando se trata da "Rainha do Crime". Durante a alvorada ficamos de se encontrar na livraria para escolhermos alguns livros para a faculdade, ela está bastante empolgada em procurar e escolher logo a Universidade, já eu nem tanto. Ainda prefiro me resguardar e fingir que ainda há tempo, que não preciso dar esse passo em minha vida, mas preciso. A livraria chegou em boa hora, acho que ela acabou se transformando em um esconderijo, minha bolha nesse mundo, e sinceramente, não quero ter que dividi-la, não quero estourá-la. Direciono minha mente e meu olhar de volta para os livros e meu caderno, me sinto inspirada, mas sempre que começo a escrever não consigo terminar, é exatamente por isso que sinto que cursar literatura não é a coisa certa, sinto como se a única coisa que soubesse realmente fazer é ler e me aprofundar em qualquer mundo que não seja o meu, que não seja o mundo real.

Ocasionalmente, quando simplesmente não consigo escrever — nada — e nem me concentrar na leitura, eu simplesmente começo a arrumar as estantes, fico indignada com a falta de educação e desleixo de alguns clientes com os livros, não conseguem nem a...

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Ocasionalmente, quando simplesmente não consigo escrever — nada — e nem me concentrar na leitura, eu simplesmente começo a arrumar as estantes, fico indignada com a falta de educação e desleixo de alguns clientes com os livros, não conseguem nem ao menos colocar o livro de volta na estante de maneira correta. Acho que a moça que trabalha aqui deve me achar uma maluca obcecada por arrumação e que não tem casa, passo tanto tempo aqui que esqueço que tenho, não vejo nem as ligações de Lucas e do meu pai. Só sei que é bom, passar um tempo em lugar que você se sente segura, se sente feliz, como se o mal do mundo não pudesse te alcançar, como se tudo que você precisasse realmente estivesse aqui, e o cheirinho dos livros preenchessem a falta do cheiro de casa, mesmo que eu amasse tanto quanto amo cheiro da tinta. Já passou da hora do almoço, mas não estou com fome, mesmo que já esteja de tarde e eu tenha passado a manhã toda aqui. Meu celular toca e dessa vez eu percebo.

Lucas

Pego-o e atendo rapidamente.

—Oi Sr. Darcy! Tudo bem? —Digo de maneira descontraída.

—Olá Srta. Bennet. Venho por intermédio dessa ligação comunica-la que irei lhe fazer uma surpresa. —Diz ele, seu tom de voz grave deixa-o ainda mais sexy do que ele já é.

—Amor! Você sabe que eu detesto surpresas... —Digo a ele.

—De certo que sei, o que não obstante que eu lhe faça uma, vai querida, você adorou a última. —Diz ele tentando me convencer. Mesmo que eu tenha lhe visto há pouco tempo, ainda sinto sua falta.

E se a chuva cair?Onde histórias criam vida. Descubra agora