Tijolos constroem muros, marretas derrubam.

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Stella

Na manhã seguinte, acordo indisposta. Levanto e faço todos os meus afazeres como de costume, depois vou tomar o meu café da manhã. Meu pai não está e imagino que deva ter ido a galeria de artes, um costume dele quando está chateado ou incomodado com alguma coisa, nesse caso, ele está os dois. Normalmente, ele sempre vai no aniversário dele ou no meu aniversário, quando a minha mãe liga e no aniversário de casamento deles. Bom, são muitos aniversários, talvez seja por isso que eu não goste tanto.

Tomo meu café e como a minha baguete com queijo, deveria estar acostumada com o silêncio e a ficar sozinha. Não sou de ter muitos amigos e nem de sair muito, gosto das coisas assim. Repentinamente, recordo da mensagem do Lucas. O garoto da noite de ontem. Busco pela fotografia na minha bolsa e a observo, uma prova de que tudo que aconteceu foi real. Não quero me meter em mais uma ilusão ou algo incerto na minha vida. Não posso.

A história é que há alguns meses conheci um cara, Elio. Para resumir a história, me apaixonei, achei que ele também estava apaixonado, me entreguei, - não sexualmente falando, apenas emocionalmente - ele foi embora e me deixou com uma fama péssima em toda a escola, e pior, um coração partido.

Deixo a fotografia de lado, busco o celular e rolo as notificações.

Lucas G.: Oi estrela, aqui é o Lucas.

Juan: Espero que tenha ficado tudo bem entre você e o René. Te amo, amiga.

Me avisa qualquer coisa...

Stella???????????

VOCÊ TÁ VIVA?????????????

Respondo Juan primeiro avisando que está tudo bem na medida do possível. Depois penso mil vezes, antes de responder alguma coisa para esse estranho. Não costumo fazer isso, falar com garotos assim, dar meu telefone para eles. Todavia, tudo naquele garoto parecia fazer eu querer acreditar nele.

Stella V.: Olá estranho! E é Stella.

Sorrio involuntariamente. Abro o chat e vejo a foto do perfil do Lucas. É uma bela foto, o sol iluminando a presença dele, seu sorriso espontâneo, os cabelos mais claros e os olhos, tão bonitos.

Lucas G.: Achei que éramos amigos. E então, como você está?

Stella V.: É exatamente o que somos, Lucas.

Lucas G.: Opa! É a primeira vez que me chama pelo meu nome.

Está tudo bem entre você e o seu pai?

Me surpreende ele lembrar e até mesmo comentar sobre o meu pai. Reflito se devo ser sincera com ele ou se guardo isso para mim.

Stella V.: Ele está bem bravo e eu com certeza estou de castigo.

Lucas G.: Não sabia que as boas meninas ficavam de castigo, parece uma lenda ou melhor conto.

E o que eu poderia fazer para salvá-la?

Stella V.: E quem disse que eu sou uma boa moça?

Eu não tenho a menor ideia do que estamos fazendo. Não podemos flertar, eu falei que temos que ser amigos, não deve ser tão difícil de entender isso.

Lucas G.: E o que você é?

Stella V.: E como ficaram as coisas depois que eu fui embora? Ficou bem?

Lucas G.: Claro que não!

Você estava sendo uma excelente companhia e para ser sincero eu nem queria ter ido para aquela festa

E se a chuva cair?Onde histórias criam vida. Descubra agora