Capítulo 22

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— Que história é essa Miguel?

— É isso mesmo que você ouviu... Foi ele quem fez isso - e apontou pro próprio rosto.

— Mas isso não faz sentido - Giu levou a mão ao rosto, enquanto olhava para Miguel - Por que ele faria isso?

Miguel balançou a cabeça negativamente e encarou Giuliana

— Me impressiona o quão cega e ingênua você pode ser quando a verdade está na sua frente o tempo todo.

Levemente ofendida, Giuliana fez questão de retrucar

— Não sou tão idiota quanto você pensa. Só conheço bem Cristiano. Ele não faria algo sem uma razão. Você deve ter feito algo que o provocou, sei lá...

— É, talvez tentar te proteger tenha sido esse "algo"

— Me proteger do quê? - indagou encarando firme Miguel.

Desgostoso com o tom da conversa, Miguel respirou com pesar antes de responder a garota.

— Deixa pra lá, Giu. Você não tá pronta pra ter essa conversa. Só espero que você perceba o que está acontecendo debaixo dos seus olhos logo. Aí sim você vai entender do que estou tentando te proteger. - ele se aproximou e deu um beijo na testa da jovem - Acho melhor eu ir. Se precisar de ajuda com o enigma, só avisar - e sorriu.

Giuliana retribuiu o sorriso e acompanhou Miguel até a porta. Assim que ele sumiu de vista, Giuliana entrou em casa e se pos a pensar no que Miguel havia lhe dito. Internamente, ela gostaria de acreditar que aquela história não passava de uma desculpa esfarrapada porém, ela também conhecia Cristiano e seu temperamento explosivo, testemunhado diversas vezes por ela em meio as investigações.

Divagando sozinha, sentou-se no sofá e continuou sua tarefa de detetive, buscando encaixar as informações dos recortes de jornal e, quem sabe encontrar uma próxima pista.

— Não pode ser só isso...Tem algo a mais , eu sei. O problema é enxergar o motivo com clareza - murmurou pra si avaliando os recortes mas também o comportamento de Cristiano e Miguel - Quer saber...Amanhã eu vou tirar essa história a limpo. - recolheu suas coisas e se preparou para dormir.

「• • •「 • • • 」• • •」

Cristiano estava sentado à distância do grupo da perícia criminalística, observando o trabalho da equipe com atenção. Em suas mãos, segurava uma garrafa de água quase vazia já que precisou de uma boa quantidade para se acalmar. Ainda teria de passar pela parte difícil, contar à Ester a que par andava o desaparecimento de Maria mas seus sentimentos lhe impediam de pensar com clareza sobre isso.

— Vim o mais rápido que pude - disse uma voz feminina atrás dele. Era Izabel - Como se sente?

— Mal - respondeu com a voz embargada

Izabel avaliou o local e percebeu de onde vinha a agitação maior: itens sendo recolhidos com cuidado, luminol, cães farejadores mas o mais angustiante: uma pequena sacola mortuária. Izabel pousou os olhos sobre Cristiano novamente, medindo bem suas palavras

— Vi que acharam uma caixa... Alguma confirmação de identidade?

Cristiano balançou a cabeça em negação, os olhos fixos no grupo forense.

— Você conseguiu identificar o corpo?

Cristiano negou mais uma vez.

— Isso é bom... Não parece mas é bom. Ainda há esperanças - respondeu ela

Ambos ficaram em silêncio por um tempo até Izabel retomar o assunto.

— Estive com Miguel recentemente. Averiguar o que me disse.

O caso ClairOnde histórias criam vida. Descubra agora