Capítulo 4

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Cristiano acordou cedo, sem nem mesmo importunar a esposa. Estava sendo difícil para eles desde que reabriu o Caso Clair. Ester entendia bem o que o Clair causava nele e, até mesmo por isso, Cristiano não havia criado coragem para contar a verdade. Se ele se orgulhava disso? Nem um pouco. Mas, se quisesse manter tudo bem entre os dois, ele teria que ser cauteloso e evitar gafes como a recente, quando chegou muito além da hora.

Saiu com cuidado da cama, passou no quarto das meninas e deu um breve beijos nas duas. Um ânimo para enfrentar o longo dia que teria hoje. Desceu para a garagem, ligou o carro e seguiu para o escritório.

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Giuliana virou a noite pensando no que Cristiano havia lhe dito. Se ele de fato estivesse certo, ela não era quem esperava ser. Claro, Giuliana esperava encontrar alguma coisa como "pais jovens que não tinham condições de criá-la" ou "mãe solteira em situações sociais difíceis". Aceitaria até um "não quiseram a menina". Qualquer outra coisa mais plausível, normal e tolerável de se saber. Seria mais fácil lidar com a ordinariedade do seu caso do que desconfiar que nasceu em meio a algum tipo de conspiração. E, quanto à esta desconfiança, teria que seguir e confiar em um desconhecido obcecado por ela.

— Que dia..... - murmurou para si.

Não quis mais ficar deitada então se arrumou e seguiu para o trabalho. Pôs na mochila tudo o que precisaria para o dia. Giu não se importava com o fato de que chegaria antes mesmo de Tião. Mas ela não tinha nada à fazer até o horário que se encontraria com Cristiano.

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O telefone toca. A jovem sabia que, quando aquela linha tocava, era sinal de que vinha trabalho pela frente. E, dado o tempo em que aquele mesmo número ficou inativo, o assunto era de extrema importância.

— Red às suas ordens! - respondeu

As instruções foram dadas rapidamente, uma única ação simples, passada no modo imperativo. Ela só precisaria executar com perfeição, o que lhe tomaria muito tempo.

— Entendido, senhor! Eles não chegarão até você. Eu garantirei isso.

Red desligou o telefone e iniciou os preparos da sua nova missão, escolhendo cuidadosamente suas armas em seu acervo pessoal.

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— Verônica, encerre o turno por hoje. Estou de saída.

— Sim, Sr. Paiva.

— Antes que eu me esqueça... - ele parou diante da secretária - Se minha esposa ligar, diga que estou em campo e que entro em contato com ela assim que puder.

— Entendido.... E seus compromissos de mais tarde? O que eu faço?

Mas Verônica ficou sem sua resposta pois Cristiano parecia apressado e irritado demais até mesmo para esperar o elevador, indo pelas escadas.

Enquanto descia às pressas, Cristiano seguia mandando mensagens para Giuliana, que estava atrasada. Sua última resposta havia sido enviada trinta minutos antes e, nenhuma das que ele havia mandado, foram visualizadas.

Chegando ao estacionamento, Cristiano ligou o carro e dirigiu até ao novo ponto de encontro dos dois. Disse a si mesmo que esperaria mais dez minutos. Do contrário, iria embora sem ela.

No limite do prazo, ele vê uma moça correndo com toda energia na direção do carro. Ele buzinou para que Giu soubesse onde estava. Ela abriu a porta, entrando de qualquer jeito no banco do carona e jogando suas coisas no assoalho.

O caso ClairOnde histórias criam vida. Descubra agora