Cristiano despertou com o barulho de seu celular vibrando sobre a cabeceira da cama. Para não acordar Giuliana, deslizou com cuidado para fora do colchão, pegou o aparelho e saiu do quarto. Já no corredor, aceitou a ligação.
— Finalmente consegui falar com você! Ouviu algum dos meus recados? - Cristiano percebeu o tom de preocupação de Chagas
— Estive ocupado, me desculpe. O que aconteceu?
— Deixaram um pacote na minha porta com o nome de Alice e um tal nome "Red" nele. Havia algo bastante peculiar na caixa e estou preocupado com a vida de minha funcionária. Acha que pode chegar aqui em meia hora?
Cristiano recebeu aquela notícia como um soco. Há algumas horas, estava empolgado com a possibilidade de encontrar Red e incriminá-la pelos crimes cometidos. Sem contar que seria muito mais fácil elaborar uma linha de investigação que conecta-se a mulher com a morte de Clarice. Mas com a possibilidade dela estar em perigo, suas chances de solucionar o caso eram baixos.
— Estou saindo de casa agora. Acho que a nossa conversa se tornou mais importante com sua informação - Cristiano desligou o telefone, preocupado sobre como contaria que Alice não era quem ele pensava.
Ao voltar para o quarto, o rapaz notou que Giuliana estava acordada, mesmo que estivesse curtindo a preguiça por alguns minutos. Seus olhos estavam semicerrados e um dos braços estavam apoiados na cabeça.
— Problemas? - disse ela com a voz baixa e rouca. Parecia mais um resmungo do que uma pergunta. Cristiano se apoiou na cama ao lado dela e a encarou por alguns minutos. - É muito ruim? - disse ela antes mesmo que Cristiano começasse a se explicar.
— Nossa suspeita pode estar fora do mapa. Estou indo conferir isso nesse instante com Chagas. Vou me encontrar com ele agora - Cristiano deitou a cabeça sobre o colo de Giuliana, que se sentou, ajeitou o cabelo bagunçando para o lado e encarou o rosto do rapaz.
— Não sofra até saber o que está acontecendo, ok? - ela deu um beijo suave em Cristiano - Sei que está preocupado, mas tudo vai dar certo no final - deu um sorriso.
— Obrigado - disse se levantando e retribuindo o beijo - Agora preciso ir. Tudo bem se ficar sozinha por um tempo hoje até eu voltar?
— Na verdade, estava pensando em passar em casa e pegar minha gata. E talvez encontre com Raul, para me ajudar com algumas sessões de regressão lá no Vale.
Cristiano fez cara de poucos amigos.
— O que? Não acha que pode ajudar em algo? - interrogou Giu elevando um pouco o tom.
— Não é isso...É que prefiro que esteja aqui do que na rua. Não sei o que pode acontecer com você.
Giuliana arqueou as sobrancelhas surpresa pois não tinha cogitado o risco que seria estar na rua.
— Vou pedir que ele venha até aqui, então. Melhor pra você?
— Bem melhor. Enfim - Cristiano se ergueu em um salto e vestiu a primeira roupa que viu - Te vejo no fim do dia.
O rapaz se despediu mais uma vez e partiu às pressas para a casa de Chagas.
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Assim que estacionou o carro, Cristiano pode notar o clima pesado no local. A perícia já dava início aos seus trabalhos enquanto outros encarregados coletavam informações com os vizinhos e com seu amigo delegado. Cristiano caminhou até a frente da casa e esperou que o amigo terminasse seu depoimento. Quando notou Cristiano, fez sinal para que ele se aproximasse.
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O caso Clair
Mystery / Thriller"Cristiano Paiva, delegado de ascensão rápida e boa reputação, sempre conduziu suas investigações com excelência. Não há registro de casos em que esteve que não foram solucionados. Exceto um! Após se deparar com a sombra do seu passado diante dos se...