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Abro o papel e começo a ler o que está escrito.

"Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo".

Nossa, é um poema tão bonito e tão romântico, será que foi o Nobru que escreveu? Mas aqui está falando sobre amor. Será que foi ele?

Guardo o papel no meu bolso e coloco as minhas luvas e a minha máscara.

Abro a porta do meu quarto e fecho ela depois que eu já estou no corredor. Paro na frente da porta do quarto do Nobru e bato três vezes.

Ele abre a porta e da um sorriso pra mim.

Nobru: Bom dia Gabi.

Gabi: Bom dia Nobru, você quer começar o tratamento agora?

Nobru: Quero sim, pode entrar.

Entro dentro do quarto dele e ele colocou as luvas e a máscara.

Gabi: Antes que eu possa começar, eu queria te fazer uma pergunta e você tem que falar a verdade ok.

Nobru: Ok, pode fazer a pergunta.

Gabi: Foi você que escreveu isso pra mim?

Nobru: Não, quer dizer sim.

Gabi: Foi você ou não?

Nobru: Foi.

Fiquei em silêncio e depois sorri pra ele. Peguei os remédios dele e separei um para ele tomar com um pouco de água.

Eu não imaginava que ele gostava de mim  além do que amigos.

Sento na cama e começo a fazer todos os procedimentos do tratamento dele. Eu quero que ele fique bem e vivo.

>> Alguns minutos depois <<

Gabi: Eu preciso ir agora.

Nobru: Espera, vou te dar uma coisa.

Enquanto ele foi buscar alguma coisa peguei uma caneta e um papel e escrevi um poema que eu gosto muito.

Deixei o papel em cima da mesa e ele voltou com uma rosa nas mãos.

Nobru: Eu vi essas rosa e me lembrei de você. Porque vocês duas são muito bonitas, principalmente você Gabi.

Ele me deu a rosa e tocou em minha mão.

Gabi: O que você tá fazendo? A gente não pode se tocar.

Nobru: Eu sei disso.

Ele sorriu e se afastou de mim.

Gabi: Tchau Nobru.

Nobru: Tchau linda.

Saiu do quarto dele e entro dentro do meu quarto. Coloco a rosa dentro de um recipiente com terra e coloco um pouco de água e sento na cama.

O poema que eu escrevi pra ele foi:

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Eu tenho certeza de que ele vai gostar muito desse poema. Mas espera, será que eu estou gostando do Nobru?

Há 5 passos de você [Nobru]Onde histórias criam vida. Descubra agora