Capítulo 7 - 💡💡

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     Fabrício acabou sendo levado pelo humor do jovem e também ocupando o espaço com sua risada, embora mais comportada que a de Saulo, o qual, naquele instante, apreciou o momento pacífico

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     Fabrício acabou sendo levado pelo humor do jovem e também ocupando o espaço com sua risada, embora mais comportada que a de Saulo, o qual, naquele instante, apreciou o momento pacífico.

     Os balanços da viatura graças aos buracos, passaram a gerar um leve sono no mais novo, trazendo o bocejo disfarçado e olhos já querendo lacrimejar. Saulo quis subir o vidro, mas se conteve, optando por somente apertar os braços sobre o peito.

     Aquele jaleco não estava mais servindo para afastar o frio.

     — O carpinteiro mora ali. — Apontou à casinha de madeira, rodeada por árvores e uma cerca baixa; logo estacionando o carro. O que ajudou a amenizar o sono de um Saulo esfregando os olhos.

     Portas batidas em coro antecederam os passos dos dois rumo ao pequeno portão ligado à cerca. A segurança daquele local era nula; além do cercado frágil, as finas ripas de madeira formando o portão, não possuíam muita resistência. Fabrício ganhou a frente, tomando a liberdade de erguer o arco de borracha o qual servia de fecho e, abriu passagem.

     — Não tem problema ir entrando assim? — Continuou parado. Ao olhar para o céu, não gostou muito da visão.

     Fabrício também parou, virando-se para trás.

     — Sou o delegado, esqueceu? Entro onde eu quiser. Se preferir, fique aí.

     Entre ficar do lado de fora e entrar naquela propriedade, Saulo preferiu seguir o oficial; apesar de sua vontade ter sido, ficar dentro do carro tirando um cochilo.

     "Agora entendi a certeza do menino ser filho dele", constatou após pôr os olhos no sujeito trajando um macacão amarelado, que decerto um dia foi branco. Seus cabelos eram igualmente cacheados e a pele repetia o mesmo tom de bronze, além de a semelhança nos traços faciais serem muito evidentes.

     — Aconteceu algum problema, delegado? — quis saber, limpando as mãos na roupa enquanto se aproximava de ambos.

— Essa pergunta só mostra que sim. Seu filho está no posto, caso queira saber.

     O espanto na face do homem veio junto da espiada à sua volta, como se procurasse alguém.

     — Achei que ele estivesse brincando. Está tudo bem, né?

     — Agora está. — Quem respondeu foi Saulo. — Mas, poderia não estar se não fosse socorrido a tempo.

     Uma intensa trovoada ecoou.

     O carpinteiro passou rapidamente os olhos em Saulo, que devido ao jaleco, pensou ser um enfermeiro novato na cidade, mas permaneceu encarando apenas Fabrício.

     — Seu filho sumiu a tarde toda e você nem se deu conta? Que baita paizão! — Fabrício pôs as mãos nos quadris, intensificando a postura ameaçadora.

Órbita do Destino - 2043 [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora