Capítulo 9 -💡💡

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     A corrida se encerrou com Saulo saltando um tronco que abrigava alguns cogumelos, alcançando enfim o muro infestado por folhagens verdes, entres outra já mortas

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     A corrida se encerrou com Saulo saltando um tronco que abrigava alguns cogumelos, alcançando enfim o muro infestado por folhagens verdes, entres outra já mortas. Ao notar um buraco na altura de seus quadris, nem pensou; limpou-o com os pés, abrindo espaço e afastando todas aquelas raízes da passagem.

     Entrou.

     De primeira, achou degraus cobertos de rachaduras e ervas daninhas, tendo como corrimão, somente enormes rochas dos dois lados, as quais espalmou durante a subida em meio aos sons das raízes secas sendo pisadas. O que lhe surgiu no topo foi uma piscina redonda. Havia capim de diversas alturas e manchas esponjosas rodeadas pela água escura, o que logo deduziu ser óleo. Imensas árvores contornando as extremidades davam um ar sombrio e solitário; algo destacado pelo silêncio e mau cheiro contínuo.

     Saulo passou a inspecionar tudo à sua volta à procura de números. Estava intrigado com aquelas somas; precisava provar para si mesmo que não passaram de coincidências, ou encontrar respostas. O problema era justamente a escassez de números naquele local.

     Mais adiante, um chalé flutuante, não muito longe, no rio; este, pelo menos por fora, não parecia tão devastado feito o restante do parque e era conectado ao solo apenas por uma curta ponte. Contudo, o que piscou para as íris âmbar foi o que estava escrito em tinta escura na placa diante da porta.

     — Nove — sussurrou.

     Um estrondoso som de trovão, o qual fez parecer que a terra sob seus tênis transparentes sacudiu, ecoou por todo o parque, assustando os pássaros que descansavam nas árvores e fazendo com que Saulo olhasse para o alto, vendo nuvens carregadas. Apesar disso, ele se encontrava encantado demais com tudo aquilo para se importar com a provável chuva. Não pelo clima fúnebre pairando no ar, sua fascinação estava ligada a como a natureza mostrava seu poder e tomava de volta seu lugar; engolindo as engenhosidades humanas com as armas que tinha.

     Saulo não via abandono nenhum, muito pelo contrário; a natureza sempre esteve presente.

     — Você é doido?! — Ajeitando os cabelos atrás das orelhas, Luana demonstrava desconforto em estar ali, berrando ao finalmente chegar no estudante. — Esse lugar me dá medo! Vamos embora! — Fez um gesto com a mão no ar para que Saulo a acompanhasse.

     Mão esta que foi puxada e ambas seladas pela grossa gota de chuva.

     Luana se viu ser guiada até o tal chalé e, mesmo apreensiva com a aparência de tudo o que avistava e principalmente, com o quão suicida se deixar levar poderia ser, não mostrou resistência. Talvez gostasse do perigo. Sem contar que os trovões estavam bem mais assustadores.

     — Espere aí. — Ele a soltou e enquanto se mantinha firme no guarda-corpo de corda suja, pisou com força em cima de cada tábua de madeira já molhada pela chuva e que compunham a ponte, conferindo sua segurança. — Pode vir, estão firmes. — Deu-lhe a mão, a qual logo foi aceita por Luana.

Órbita do Destino - 2043 [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora