Capítulo 3 - 💡💡

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     Caminhava pela estreita passagem de terra, na qual possuía capim onde deveria ter no mínimo uma calçada

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     Caminhava pela estreita passagem de terra, na qual possuía capim onde deveria ter no mínimo uma calçada. Olhos corriam de um lado a outro; à esquerda continham casas humildes em terrenos abertos e seus donos alimentando animais; desde galinhas, à... "Ovelhas?" Sorriu. Ver aquele animal sob a árvore, agradou-lhe mais do que esperava. Havia uma aura inocente ali. O fato das casas serem protegidas somente por cercas de madeira nem um pouco seguras, diferente dos muros altos na Grande Panópolis, foi o que mais lhe estranhou. Já à esquerda, encontrou mais árvores, alguns estabelecimentos modestos ainda fechados e uma pequena igreja. Infelizmente, nada de um mísero orelhão; pudera, eles estavam em extinção em todo o planeta. Saulo pensou em perguntar a algum daqueles moradores se tinham telefones ou carregador de celular, e até mesmo chegou a cogitar voltar e pedir ao delegado, para usar o telefone da delegacia, mas, pré-julgou que não seria seguro em nenhum dos casos.

     O vento frio já começava a lhe incomodar, o qual trazia junto o cheiro forte de mato; nisso, entrou na próxima estrada, uma ainda mais rústica. Contornando aquele caminho de terra, gramados formavam tapetes verdes acompanhados de belos arbustos. Ao lado, no palanque de madeira onde um cavalo se encontrava preso, aves se abrigavam: três ao todo. Enquanto em cada ponta, pássaros vermelhos coloriram a visão de Saulo, no meio, o branco se destacou mais.

     Uma pomba branca; encarando-lhe.

     Mantendo os passos, Saulo não desviou o olhar, intrigado por ser o alvo da atenção exagerada daquela ave. Ave a qual, girou o pescoço para acompanhar o rapaz; Saulo já se sentia assustado com o interesse do pombo. O que só piorou assim que as asas claras se separaram do corpo cheio de penas, abrindo-se devagar e deixando claro que o animal iria levantar voo a qualquer momento.

     — Buraco do capeta!

     Diante do praguejo, Saulo olhou para frente, topando com um homem sobre o chão junto à sua bicicleta ultrapassada. O sujeito se levantava lentamente, estapeando a calça para remover a terra da roupa.

     — Moço, você está bem? — Saulo avançava naquela direção, no entanto, o olhar assombrado na face do homem o fez parar onde estava.

     — Não chegue perto de mim! — berrou, e com urgência, montou na bicicleta, pedalando fervorosamente sem olhar para trás.

     "Égua! Que cara doido!" Saulo não teve tempo para ficar remoendo a cena, pois em seguida, deparou-se com um estabelecimento finalmente aberto.

     Restaurante da Laninha, escrito na parede branca em tinta azul e claramente à mão, tinha o número 27 logo acima em fonte maior. Entrou. O interior do local, ainda sem clientes, contava com uma decoração bem-feita se comparada à fachada simples. Passou por uma prateleira fixada à parede — esta coberta de biscoitos caseiros que lhe deixou com água na boca — e procurou alguém com quem pudesse falar, contudo, aparentemente nem os funcionários haviam chegado. Analisou as mesas com toalhas azuis e cadeiras de madeira possuindo assentos da mesma cor, os quais ocupavam o lado direito do estabelecimento; para depois, se atentar ao outro. Um balcão à frente da parede feita de quadro negro, cheia de preços e promoções, ocupava o lado esquerdo. Ao ver uma espécie de botão redondo sobre o balcão, aproximou-se, e, notando a imagem de um sino no centro do aparelho, terminou o trajeto correndo.

Órbita do Destino - 2043 [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora