Não te custaria ser menos egoísta.

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- Eu insisto...

Ohana olhava para Larissa e para as cédulas, pensando na tentação da proposta.

- Eu não preciso!

- Madre de Díos, por quê tem sempre de discutir?! – Larissa devolveu, exasperada.

- Porquê você precisa insistir? Não sou idiota, e não sairia sem dinheiro para comida e para o táxi. - Respirou fundo para se acalmar. - Se eu ficar sem recursos, aviso você.

Então Larissa guardou o dinheiro em um cofre que havia na suíte, trancou-o e deu a chave para Ohana.

- Assim fica mais fácil.

- Obrigada. - agradeceu, apesar de não concordar.

- Eu preciso ir. Você vai sair agora?

- Sim.

- Até mais, então.

{...}

Ohana iniciou seu passeio por um museu.
Visitou algumas galerias de arte e procurou saber alguns horários de aulas de dança abertas.

Por volta do meio dia, ela comia um hot dog tipicamente americano quando Larissa ligou.

Havia muito o que conhecer, e ela não queria perder tempo em um restaurante.

- Voltarei lá pelas cinco e meia, Ohana. Vamos sair para jantar.

- Tá bom...

- Onde você está?

- Em um carrinho de cachorro quente.

Houve um instante de silêncio.

- Onde exatamente?

- Agora você me pegou... - disse, com senso de humor. - Não consigo ver o nome da rua.

- Ohana... - advertiu-a com entonação suave, e ela a in­terrompeu antes que continuasse.

- Eu tenho um mapa. Só que ainda não o olhei. - Quase podia ouvi-la suspirar. - Se me perder, tudo o que tenho de fazer é perguntar para alguém.

E desligou a chamada sem dar chances de réplica para a morena.

Larissa guardou seu celular na bolsa, balançou a cabeça tentando se ater ao que estava ao seu redor, e tornou à conversa com seus sócios, com quem estava almoçando, lutando contra o desejo de trocar o vinho e a comida fina por um ca­chorro quente na rua, na companhia de uma linda moça baixinha e loira.

Ohana se divertia. Passeou pelo Central Park, olhou vitri­nes, tomou uma piña colada e andou de metrô.

O dia ainda estava claro.

Ninguém a abordou, nem ela se sentiu ameaçada, e desceu do metrô algumas estações adiante.

Quando chegou ao nível da rua, reparou que o lugar não era tão agradável.

A atmosfera era diferente, e ela se assustou. Pensou logo em chamar um táxi e sair dali, mas não viu nenhum. Resolveu retornar para o metrô e pegar o mesmo pelo qual havia vindo.

Até que seria fácil, se não errasse de estação.
Quando saiu para a rua, seu celular tocou.

Só poderia ser uma pessoa...

- Larissa?

- Onde você está?!

- Bem, eu diria que...

- Pegue um táxi, Ohana!

Nesse instante, um táxi passou, e ela acenou desesperada, e agradeceu aos céus quando o automóvel encostou junto ao meio fio.

- Estou entrando em um agora. Logo estarei no hotel.

Após meia hora no trânsito pesado, acompanhado de gestos lacônicos do motorista, e às vezes de alguns palavrões, Ohana chegou ao seu destino.

Atravessou o saguão, adentrou o elevador, e em minutos abria a porta da suíte.

Larissa a esperava, e ela prendeu a respiração ao ver o olhar sombrio que a morena lhe lançava.

- Tem ideia de que horas são?

A voz dele era tão serena...

Seria menos cruel se esbravejasse.

- Me desculpa...

Aquele pedido não amenizara a raiva dela.

- Não vai me contar porquê chegou tão tarde?

- Peguei o metrô, com a intenção de saltar em uma estação e depois pegar um táxi para cá. Mas me enganei e passei do ponto...

- Apesar de eu ter te falado para não andar no metrô sozinha.

Censurou-a, com a perigosa entonação suave, mal contendo o desejo de torcer-lhe o pescoço ao saber que ela se perdera por descuido.

- Será que em algum momento lhe ocor­reu que eu poderia estar preocupada? Não havia nenhum re­cado na recepção, nem em meu celular, e você tampouco atendia o seu celular, né? Não te custaria nada ser menos egoísta e pensar um pouco em mim, mesmo que não tanto como eu penso em você.

- Eu não escutei...

- Isso não me surpreende.

- Está bem, Larissa. Daqui para a frente, vou andar só em táxis.

- Daqui para a frente... – Larissa sorriu sem vontade. - ...você terá um carro alugado e um motorista particular para levá-la aonde quiser ir!

-

Larissão tomando as rédeas da situação... a Ohana que lute bem muito!

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Proposta Indecente - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora