Proposta tão indecente...

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- E eu, a garota bobinha... Não tinha a menor chance, não é mesmo? - Ela estava fora de si. - Imaginei que poderia pegar um ano de minha vida, bancar o papel de amante e depois deixar tudo para trás. - Um riso desiludido escapou-lhe da garganta. - Com as emoções intactas, com o coração inteiro... Como eu fui idiota!

- De onde tirou a ideia de que eu a humilharia? - Larissa indagou, sem deixar de fitá-la.

- Você pode ter a mulher que quiser. A Bianca fez questão de me falar de muitas garotas que querem deitar na sua cama. E eu era...

- Apenas um passatempo?

- Sim.

- Alguém de quem eu poderia me livrar sem pestanejar? - Não deixou que ela falasse. - Isso porque trabalhei a noite inteira para pegar um vôo mais cedo e voltar pra casa.

- Porque o sexo era bom...

Larissa se esforçou mais para não pegá-la em seus braços, deitá-la na mesa e mostrar o quanto poderia ser bom.

- E você acha que seria a mesma coisa com qualquer outra?

- Sim.

- Por Díos! Que tipo de mulher pensa que sou?

Ohana não sabia responder, e Larissa ficou mais tensa.

- Não vou negar que aceitei sua proposta por um ímpeto de vingança misturado com um senso de justiça. - Larissa fez uma pausa, examinou com minúcia a expressão dela, e um sor­riso sensual surgiu. - Mas eu logo descobri o grande sacrifício que tudo aquilo era para você.

Ela rememorava a ingenuidade de Ohana ao fazer-lhe a proposta.

- Mas cada ato seu me forçou a rever meu julgamento ini­cial. Orgulho, sangue frio... Você tirou isso de mim, Ohana. E, como bem sabemos, o sexo era bom, sim. Entretanto, era mais do que isso. Muito mais. Para nós duas.

Ohana tornou a sentar-se e permaneceu estática.

A sala estava silenciosa, e ela não podia desviar-se de Larissa.

- A Bianca...

- A Bianca é... era... - Larissa corrigiu-se, com ênfase -...uma companhia agradável que queria uma relação permanente. Mas eu, não.
Fim da história.

Sem mais uma palavra, Larissa estendeu a mão até o outro lado da escrivaninha, pegou uma folha e entregou-a a ela.

- Leia.

Ohana olhou para o papel, e depois de novo para Larissa.

- Apenas leia, Ohana! - ela insistiu, inflexível.

Era um documento de menos de duas páginas, de cláusulas bem claras. Assinado por Larissa e testemunha­do por seu advogado, invalidava o acordo anterior entre ela e Ohana e atestava que Ohana estava livre de quaisquer débitos referentes a seu pai, Sidney Lefundes.

- Por quê? - ela perguntou, angustiada.

- Porque não quero que nada nos atrapalhe.

Em vez de alívio, Ohana sentiu um inesperado vazio.

- Não precisava fazer isso - disse, trêmula. - Eu lhe pa­garia cada centavo.

- Não duvido da sua honestidade. - Larissa afastou-se da mesa e deu um passo na direção dela. - Recusou-se a aceitar meu dinheiro, Ohana. Mesmo em Nova York, não usou sequer o cartão que eu te dei.
As roupas foram apenas pequenos presentes e você as deixou para trás. Sem contar o dinheiro que eu havia colocado no seu guarda roupas para caso precisasse.

Proposta Indecente - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora