Sem você...

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Ouvir Larissa a assustou, e seu corpo estremeceu de leve quan­do ela lhe envolveu a cintura com os braços e a trouxe para perto.

Ohana quis muito recostar a cabeça em seu ombro e ab­sorver-lhe a força.

- Ohana... - Larissa a fez virar-se, devagar, para fitá-la.

- Isso tudo... Você, eu, nós. Quando terminar, irei morar em apartamento, retomarei minha vida... - "Sem você", ela acrescentou em silêncio, sentindo parte de si morrer.

- Será preciso haver um fim? – Larisss a olhava com aten­ção. Queria-a em sua casa, em sua cama.

Só para ela.

- Como poderia ser diferente? – Ohana empalideceu. Cada noite era um lembrete de como seria difícil ter que ir embora. Era uma agonia pensar que cada momento de amor era um a menos para estarem juntas.

Larissa representava tudo: seu coração, sua alma.

Ninguém jamais se compararia à ela.

- E se eu te pedisse pra ficar?

Para continuar a representar o papel de amante? Ciente de que Larissa poderia se interessar por outra mulher? Sempre esperando o triste momento em que ela lhe mandaria embora?

Ohana sabia que não suportaria.

Um riso vazio morreu-lhe na garganta.

- Por quanto tempo, Larissa? Até você se cansar de mim?

- Vamos voltar para a cama - pediu, estendendo-lhe a mão.

- Sexo não resolve tudo, que droga...

- Para dormir, esquentadinha... eu amo quando você fica bravinha assim do nada comigo. Fica ainda mais linda, sabia? - Larissa deslizou um braço sob os joelhos dela, ergueu-a nos braços e voltou para o quarto. - Você só não me deixa tão fraca à ponto de não conseguir te pegar no colo. - Sussurou no ouvido de Ohana que se arrepiou, sentindo uma aflição a invadir.

Aquele não era o momento de dizer-lhe que teria que pegar um avião ao meio-dia para Alemanha, ou que ficaria fora vários dias em uma nova viagem de negócios. Seria melhor esperar pela manhã seguinte.

{...}

Larissa desceu do avião, caminhou até o saguão do aeroporto, apanhou sua mala na esteira e chamou um táxi.

Fora uma longa viagem, na qual participara de negociações complicadas e por isso sentia-se esgotada. Precisava de um ba­nho, um drinque e depois Ohana... Exatamente nessa ordem.

Conseguira fechar o acordo antes do previsto, de modo que resolveu antecipar seu retorno.

Deus do céu, como sentira falta do corpo dela! Queria tocá-la, levá-la ao delírio e então possuí-la com volúpia.

Então, após o ato, ela a beijaria inteira, deliciando-se com seus gemidos roucos, e se perderia naquelas curvas, que se deleitariam com suas carícias.

Larissa estava tomada por um instinto animal e lutava com desespero para se controlar.

Àquela hora da noite o trânsito fluía tranquilo, e em pouco tempo percorreu as ruas molhadas pela chuva.

Demonstrava evidente impaciência quando abriu o portão para que o automóvel passasse e chegasse à entrada de sua mansão. Na entrada principal, estendeu uma nota de 100 ao motorista do uber e ignorou o troco.

Conforme previa, o sistema de alarme estava ligado.

Já era tarde, e Ohana devia estar dormindo.

Enquanto subia as escadas, um sorriso surgiu em seu rosto ante a idéia de encontrá-la imersa em sonhos.

Algo estava errado, porém. Pressentia o quarto vazio. Acen­deu as luzes e deparou-se com a cama arrumada.

Consultou o relógio. Talvez ela tivesse saído com a amiga Mel...

Foi quando Larissa notou um envelope em cima do criado­ mudo. Alcançou-o em alguns passos largos, rasgou sua extre­midade e encontrou um bilhete.

A mensagem era curta e fria...

As roupas, os presentes, tudo o que comprara estava guar­dado no armário. O cartão de crédito que lhe havia sido dado, anexo ao bilhete. Larissa se viu imersa em uma gama de sensações...

Raiva, frustração e ódio.

Nunca se sentira tão desiludida em toda sua vida.

Era meia-noite.

Apesar do horário, fez algumas ligações, e foi até seu escritório, onde mandou alguns e-mails urgentes.

Com certeza só obteria alguma resposta pela manhã. Por­tanto, encheu um copo com uísque, tomou-o em virote, seguido de um banho quente, e foi dormir.

O sono foi agitado, e Larissa despertou com os primeiros raios de sol.

Fez algumas chamadas, checou as mensagens no computador, vestiu­-se, comeu alguma coisa e em seguida entrou em seu carro.

-

Vou pá onde? Vou dormir...

Boa noite, nenéns!

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