Você chegou...

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- Você não gosta dela... - Saulo afirmou quando os dois se afastaram.

- É tão evidente assim?

- Não, mas aprendi a decifrar sua expressões. Eu sei te ler, professora.

- Isso é ruim, não é?

- Você é a melhor professora que já tive. Se alguém lhe causar algum problema, é só me avisar.

- Obrigada - agradeceu, encantada.

Pediram a sobremesa, tomaram um café, conversaram um pouco, e já passava das onze horas quando foram embora.

- Eu te levo para casa, Saulo.

- Vou de metrô.

- Saulo...

- Você sabe que moro na favela. Não quero que dirija por ali à noite e sozinha. Você não vai dirigir de Copa até lá, ok?

- Sendo assim, eu te levo até a estação.

- Eu a acompanho até o carro. - Seu olhar sério demons­trava uma maturidade precoce. - E então, irei andando até o metrô.

Ohana quis discutir, mas sabia que seria em vão. Como se compreendesse, Saulo tomou-lhe a mão.

- Sei cuidar de mim, professora.

Em alguns minutos, Ohana estava dentro do automóvel e baixou o vidro.

- Cuide-se, Saulo.

Ele deu um sorriso breve.

- Você também. E obrigado por hoje.

Ohana esperou que Saulo se afastasse, e foi para casa.

Quando chegou, reparou que havia um recado na secretária eletrônica.

- Ohana, meu bem... - Era Bianca. -Adorei seu garotinho, mas duvido que a Larissa vá gostar...

Ela devia estar louca para contar para Larissa, Ohana pensou.

Queria ver a expressão dela quando descobrisse que aquele "ga­rotinho" era apenas seu aluno de dezessete anos.

Seu sono foi agitado.

Ohana acordou ao som do despertador, vestiu-se, tomou um rápido café da manhã e foi para a escola.

Na hora do almoço, Mel ligou para confirmar o jantar e o cinema. Encontraram-se, já no restaurante japonês e depois seguiram para o shopping.

O filme era um clássico de Jane Austin. Os cenários eram muito bonitos, as atuações estavam excelentes e a trama era cativante. Ambas adoraram e deixaram o cinema rindo, comen­tando uma cena engraçada.

- Vamos tomar um milk shake? - Mel a convidou.

- Por quê não? – Ohana aceitou, pois não queria que a noite terminasse tão rápido.

Foram até o Mc Donald's e ficaram jogando conversa fora até quase meia­-noite.

{...}

A sexta-feira amanheceu ensolarada, e Ohana con­tava os minutos. "O vôo da tarde" era uma informação impre­cisa, pois ela não sabia sequer a companhia em que Larissa viajaria. Desse modo, voltou para a mansão sem saber ao certo se ela estaria lá ou não.

Descobriu desapontada que Larissa não chegara. Foi à cozi­nha, tirou da geladeira o strogonoff que havia preparado de manhã e colocou para esquentar.

Proposta Indecente - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora