Capítulo XI

2.5K 316 61
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

NÃO foi nada fácil controlar a ansiedade que me corroeu pelo restante da madrugada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

NÃO foi nada fácil controlar a ansiedade que me corroeu pelo restante da madrugada. Quando fui trazida para cá, trouxe meus documentos e pouquíssimas roupas, além de uma foto minha com o meu pai fotografada aos meus dez anos de idade. Aonde eu for, levarei a única lembrança material que possuo dele comigo. Depois de tempo desejando sair daqui, está sendo difícil de acreditar que essa noite estarei a um passo de recomeçar. Graças a Dimitri Carter. Desconheço o motivo dele ter se mostrado disposto a me ajudar, é claro que estou desconfiada. Ele poderia ter me desrespeitado, afinal, teve chance para isso e ainda assim não fez. Eu não quero e nem vou me enganar em relação a ele.

A minha mochila já está com meus pertences, a deixei debaixo da cama para que não haja a possibilidade de alguém vê-la e acabar com a minha chance de obter a liberdade. O dia se passou com rapidez, tentei agir naturalmente, enquanto isso, efetuei as tarefas diárias no andar de baixo contando as horas até a vinda de Dimitri. Ele não me contou como faria para me tirar daqui com a boate lotada, tão pouco comentou qual o horário que viria, ou seja, estou de fato nas mãos dele dependendo mais do que nunca de ter a sua promessa cumprida. Foi estranho ouvi-lo pronunciar meu sobrenome, não me recordo de ter mencionado para ele em nenhum momento, o que significa que Carter sabe muito mais do que deveria saber de mim. Quero saber quem ele realmente é, principalmente o que faz, quero e preciso conhecê-lo.

Felizmente, não tive o desprazer de ver a cara de Don durante o dia, ouvi murmúrios de que ele ficou furioso com Dimitri pela forma como foi tratado na frente de tantas pessoas. Ninguém comentou sobre o episódio na frente dele, mas por trás...muitos estavam se divertindo e zombando. Não culpo.

Já é noite, posso ouvir o barulho consequente da aglomeração de pessoas ficando cada vez mais alto e ensurdecedor junto com a música eletrônica. Acabei de tomar um banho, o meu último banho dentro desse lugar e posso sentir meu corpo muito mais leve desde os últimos dias. Não consigo distinguir o que sinto ao olhar o meu reflexo, toco o meu corpo ainda notando poucas marcas em torno da cintura, consequências do último abuso, desaparecendo. Olhar para mim está sendo um sacrifício, não há nada de bom no que vejo, me sinto suja, envergonhada, vazia. Me permito chorar, pois foi o que me restou, é a única maneira de aliviar essa sensação tão ruim que se alastra no meu peito. Por que isso me aconteceu? Por que Deus permitiu algo tão monstruoso assim? Meus soluços são incontroláveis, essa ardência no meu peito parece querer sair para fora, me dói, me machuca. Será assim para sempre? É dessa forma que terei de sobreviver? Eu não sei se sou forte o bastante.

Carter - O Russo | Livro 2 (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora