Capítulo 14

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"Está respirando!"

"Esta viva!"

Os gritos das enfermeiras podiam ser ouvidos de longe, minha cabeça doía como nunca. Abri os olhos para ver onde estava. Um lençol branco estava sobre meu corpo e uma lâmpada branca iluminava o quarto, me deixando cega. Tentei levantar minha mão, mas meus braços estavam fracos e eu não consegui. Eu estava fraca. Morrer e voltar a vida não é fácil. Morrer e voltar a vida? Não se escuta isso todos os dias. Desafiei a morte, me deram outra oportunidade, mas nada tinha mudado. Sigo sendo uma louca que vive em um manicômio.

A porta se abriu, um doutor e um homem desconhecido entraram. O homem musculoso se aproximou e começou a empurrar a maca, aparentemente eles me levavam a um novo quarto.

As rodas soavam enquanto eram movidas pelo piso, haviam tirado o lençol e colocado uma roupa azul típica de hospital em mim.

Uma enfermeira estava segurando meu braço enquanto ajustava o soro e as vitaminas. Inspirei fundo como ela pediu, para depois expirar pesadamente. Parece que meu coração estava bem. A enfermeira sorriu para mim e depois abandonou o quarto, me deixando sozinha. Encostei a cabeça no travesseiro fechando meus olhos. Com a ponta dos meus dedos toquei minha pele, estava fria, melhor dizendo, estava congelada.

— Aqui está – a porta se abriu com um golpe mostrando uma Carina com o maior sorriso que eu já vi.

Ela se aproximou e me abraçou tão forte que por um momento eu achei que pararia de respirar. Ao me soltar, notei que ela tinha lágrimas caindo por suas bochechas, levantei minha mão para limpá-las. Ela sorriu.

Outros três corpos subiram na minha cama esmagando meu copo fraco. Comecei a rir ao sentir como eles beijavam minhas bochechas. Depois que eles se levantaram eu pude notar que Amelia me olhava com o cenho franzido.

— O que foi? – Perguntei ao ver ela com a expressão chateada. Ela bateu em meu braço com a palma de sua mão – Ei, o que eu fiz?

— Me assustou. – Respondeu levemente brava – Você tem ideia do quanto eu fiquei mal? Pensei que... pensei que te perderia.

Sorri. Abri meus braços ao notar as lágrimas ameaçando cair de seus olhos, ela se aproximou e passou seus braços ao redor do meu corpo. Escondeu seu rosto em meu ombro, Amelia sempre quis parecer forte quando eu estava fraca, mas não era ruim expressar sua sensibilidade de vez em quando.

Acariciei seus cabelos castanhos ao sentir seus leves soluços.

— Eu estou aqui. Continuo viva – disse acariciando suas costas – e eu continuarei aqui, mesmo se eu morrer jovem, espero virar um arco-íris para assim poder brilhar sobre você e para você saber que eu estou bem.

Amelia se separou do nosso abraço para me olhar, seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar. Fiquei besta ao ver que Carina, Levi e Nico estavam chorando também.

— Parem de chorar antes que eu comece a chorar também – falo sorrindo.

Todos começaram a rir. Adorava esses momentos em que tudo parecia estar bem. Amava cada um deles, ainda que meu coração já estava tomado por Mer... Merda, Meredith!

— Aonde está Meredith? – Perguntei preocupada.

Levi olhou para Amelia, ela assentiu enquanto se levantava da cama e indo ficar ao lado de Levi, que esperava de braços abertos. Nico se aproximou da cama e se sentou ao meu lado. O medo me invadiu, esperava o pior.

— Addison – disse Nico, ele segurou minhas mãos entre as suas – Não quero que você entre em pânico, está bem?

Franzi o cenho.

Madhouse - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora