Capítulo 17

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- Foi incrível como você lutou com esses homens! - Exclamou Denny movendo suas mãos tentando imitar todos os movimentos que eu havia feito. - Por acaso você foi ao exército ou algo parecido?

Nós dois estávamos caminhando em um pequeno parque. Eu tinha um grande gorro de lã na cabeça tentando passar despercebida, sem que ninguém me reconhecesse. Denny continuava vestindo o mesmo que ontem. Vários guardas me atacaram quando sai do hospital. No fim eu acabei golpeando todos eles, corremos até que ficarmos cansados e terminamos no parque.

- Aquela que você viu não era eu, Denny - falei sendo sincera.

- O que você quer dizer? - Perguntou desconcertado. - Claro que era você! Seus olhos verdes, seu cabelo ruivo, sua pele, quem mais poderia ser?

Sorri.

- Acredite em mim, não quer conhecê-la - respondi enquanto caminhava um pouco mais a frente que ele.

- O que acontece se... - Denny foi interrompido por um tomate que acertou sua cara.

Franzi o cenho e ajudei ele a se limpar. Olhei ao redor e havia um grupo de adolescentes rindo. Senti que minha mandíbula se apertava.

- Estão com algum problema? - Gritei para eles.

Eles só riram mais forte.

- É que o tomate estava podre, igual esse velho - um deles disse. - Pensamos que podre com podre poderia cair bem.

Apertei minhas mãos, estava a ponto de ir atrás deles, mas senti que Denny segurou meu braço me impedindo de avançar.

- Deixa para lá, Addison - Denny falou. - Já estou acostumado com isso.

Olhei para ele. Nenhum ser humano no mundo merece isso, muito menos ele. Ao ver sua cara de medo, decidi ceder e logo tentei me acalmar.

Dei uma última olhada para os adolescentes que seguiam com sorrisos zombeteiros em seus rostos e comecei a caminhar com Denny. Senti que algo bateu na minha cabeça, passei a mão e descobri que era o que eu imaginava. Um tomate.

Senti que meu sangue corria mais rápido, meu coração acelerou, meus dedos se tornaram brancos, minha pele se arrepiou e um grande sorriso abriu em meu rosto.

Virei meu corpo e comecei a correr até os adolescentes. Tentei bater em um deles, mas outro me empurrou e eu cai ao chão. Senti como começaram a me bater e chutar. Minhas pupilas dilataram e assim que eles pararam de me golpear, comecei a rir. Olhei para eles e percebi que eles me olhavam como se eu estivesse louca, sorri, porque eu sabia que isso era verdade.

- Não deviam ter feito isso - eu disse enquanto me levantava.

Meu punho voou até a cara de um deles. Outro rapaz me segurou pela cintura e me levantou do chão, comecei a chutar para tentar baixar e com isso acabei chutando outro que estava na minha frente. Com uma cabeçada consegui que o rapaz me soltasse. Voltei com tudo e dei um chute entre suas pernas fazendo ele cair.

Não suportei e comecei a rir enquanto chutava o peito do menino. Dei um soco em sua cara, arranhei seus braços, puxei seu cabelo e com uma pedra golpeei sua cabeça fazendo ela começar a sangrar. Seus amigos estavam olhando horrorizados e isso só fez com que eu risse ainda mais.

Uma caminhonete preta estacionou perto de mim e meu rosto ficou sério. Sai de cima do rapaz e comecei a correr. Não importava os que me viram bater nos meninos, nada importava quando eu estava correndo perigo de ser pega novamente. Corri até tropeçar em uma pedra. Merda. Senti braços me levantarem e comecei a gritar, chorar, não sabia o que fazer neste momento. Só queria escapar.

Madhouse - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora