O Diretor Unânime

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Por mais que Jungkook já tivesse estreitado seus laços de amizade com Jimin, não tinha como negar o quão nervoso estava naquele fim de aula. Taehyung havia lhe dito que na hora do intervalo iria comunicar o outro sobre a promoção a Gerência e havia, inclusive, feito um certificado oficial em um pedaço de cartolina recortado e decorado por ele mesmo.

Era isso, Taehyung não se empenhava para fazer trabalhos escolares, mas quando era para criar alguma coisinha para os amigos, principalmente para a Corporação, aí arranjava tempo e disposição de sobra. Havia dito a Jungkook que o certificado dele de Diretor Unânime não estava pronto, pois tinha tido um problema com a gráfica que ficou sem recursos — entende-se que os irmãos menores encontraram suas colas com glitter e segundos depois os potes estavam vazios e os estofados purpurinados.

E o mais velho estava radiante com a notícia referente às promoções, ao contrário de Jungkook, que começava a criar mil problemas em sua cabeça.

Yoongi provavelmente não ligaria. Não conhecia o Gerente de Relações Antissociais pessoalmente, mas já havia visto mensagens trocadas entre ele o namorado — que lhe mostrou por livre e espontânea vontade. O tal Yoongi era mais velho dois anos e já havia acabado a escola.

Não sabia exatamente como tinham se conhecido, mas sabia que ele não reclamava e nem se opunha às maluquices corporativas de Taehyung, inclusive o incentivava.

Agora Jimin... este amigo já havia tido intenções românticas com o CEO da empresa e poderia se magoar com a promoção de Jungkook e por isso se preocupava. Tinha medo que o outro lhe culpasse por ter assumido um cargo de maior responsabilidade, como se roubasse Taehyung de si.

E tudo que Jungkook menos queria é desenvolver um clima estranho com Jimin. Se sentiria mal para o resto da vida se ele se magoasse. Odiaria saber que sua felicidade faria outra pessoa sofrer.

E esses pensamentos deixavam sua cabeça cheia de fumaças escuras e preocupadas. Era como se uma tempestade estivesse armando, pronta para destruir tudo o que tocasse.

Seu corpo continuava a tremelicar, mas agora de um jeito ruim, juntando incerteza, insegurança e ansiedade. Tudo misturado e tudo junto.

O sinal tocou e o corpo gelou, principalmente as pontas dos dedos. olhou para trás e viu Taehyung todo sorridente, sem nenhum um pingo de preocupação sequer, como se tudo fosse simples e fácil.

Os dois caminharam até a sua mesa. Jimin continuava a sorrir, espremendo os olhinhos de um jeito fofo, sua marca registrada. Coitado, mal sabia que estava prestes a descobrir que em sua promoção ficaria subordinado a Jungkook.

Céus! Que agonia.

— Vamos logo, Kook — Taehyung lhe apressou — Preciso fazer o comunicado oficial.

Pronto. A hora da verdade havia chegado e não tinha mais como fugir. Levantou-se de seu lugar sentindo-se um animal caminhando direto para o abate — em sua concepção acreditava que os animais sabiam que estavam rumando para a morte quando o momento chegava.

Andaram os três, sendo Taehyung e Jimin um pouquinho mais a frente, mas não porque estavam o excluindo, e sim porque Jungkook estava andando quase arrastando as pernas que claramente queriam fugir para o lado oposto.

Nem para ter uma dor de barriga àquela hora. Nem para sua pressão cair a ponto de desmaiar. Nem para a escola pegar fogo e obrigar todos os alunos a saírem do prédio. Sim! Com certeza um incêndio faria aquela conversa não acontecer.

E a cada passo sentia-se mais nervoso. Como Jimin reagiria? Será que o xingaria? Bom, se o fizesse, Jungkook aceitaria o xingo sem retrucar. Ou será que viraria a cara para si para sempre? E se pedisse para sair do trio de trabalho? Jungkook iria voltar a fazer sozinho, afinal não poderia deixar que Taehyung ficasse consigo e abandonasse o amigo. Ele estava lá antes si e por isso não era justo.

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