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Querido diário,

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Querido diário,

   Não adianta correr do passado, e muito menos tentar esquecê-lo. Mais cedo ou mais tarde todas as verdades vão aparecendo, assim como as lembranças terríveis que tentamos esconder e reprimir em alguma parte do nosso subconsciente. Ou seja, por mais que você tente, uma hora ou outra ele encontra um caminho de volta até você.

— Angie, o que deu em você? — Benjamin Montgomery encarava os cacos do que fora um copo momentos antes

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— Angie, o que deu em você? — Benjamin Montgomery encarava os cacos do que fora um copo momentos antes.

Eu desviei meu olhar do dele, estática. As lembranças e imagens entravam em minha cabeça rápido demais para que eu pudesse assimilar tudo de uma vez. Todas as noites que a fechadura girou, a cama se afundando repetidas vezes, os sussurros de ameaça, os toques dolorosos, o peso que fazia o ar sumir dos meus pulmões... Tudo parecia aumentado em dez vezes, batendo fortemente contra a minha cabeça e queimando meu peito. Todas aquelas lembranças... Todas aquelas estrelas... Tudo voltando de uma vez sem me dar tempo para assimilar. Eu não... Eu não conseguia crer que era real. Não conseguia pensar que o sonho era mais real que tudo... Mas era inevitável. Meu corpo dizia, minha memória confirmava e o meu coração fragmentado lamuriou-se.
     Eu me lembrava. Era como se os muros erguidos em minha mente caíssem lentamente e uma represa abrisse as comportas, inundando meu cérebro de recordações dolorosas. Eu me lembrava de quando era menor e tio Ben veio morar conosco durante o verão, quando mamãe pedia para ele ficar comigo enquanto estivesse trabalhando. Lembro de correr para o meu quarto e esconder debaixo das cobertas... E lembro de não adiantar nenhum pouco. O dia ou a primeira vez que aconteceu não retornaram cem por cento, mas eu não sabia se queria que voltasse. Eu era só uma criança... Uma criança...

— Angeline? Tudo bem com você? Por que está assim? — Ben deu um passo em frente.

Recuei, sentindo o estômago embrulhar.

— Foi você... — o sussurro saiu baixo demais e o resto da frase ficou presa.

— O quê?

Você — levantei meus olhos para encará-lo, com a garganta e olhos queimando — Você é ele... Você é o monstro.

O Diário Uma Garota QuebradaOnde histórias criam vida. Descubra agora