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Querido diário,

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Querido diário,

   Por que eu tinha de ser tão tola? Eu não poderia simplesmente ficar em casa? Tinha mesmo que sair de madrugada e perambular por aí? Que tolice! Eu juro que... Nem sei se tenho coragem de dizer o que aconteceu comigo porque... porque foi tão profundo e doloroso... Mas se há algo que posso afirmar com certeza, é que os acontecimentos daquela noite me marcaram profundamente.

 Mas se há algo que posso afirmar com certeza, é que os acontecimentos daquela noite me marcaram profundamente

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19 de iutubro de 2OO7, sexta-feira. 

     O ar noturno agitou meus curtos cabelos, além de eriçar os pelos dos meus braços. Praguejei por não ter pego um casaco antes de sair de casa. Eu estava no meio da rua, usando apenas uma regata verde e calça de moletom, pisando no concreto frio e abraçando a mim mesma. Andei pelas ruas de Skarye Fall sem direção, ainda chocada pelas palavras da minha mãe que insistiam em ecoar na minha cabeça. Como fui idiota. Dobrei uma, duas, três esquinas sem perceber — e não sei como milagres não fui atropelada. Se eu parasse para pensar, veria nitidamente que nada estava dando certo. Mason Jhonatan era um idiota, Crystal Chell'Berry uma louca vingativa e Maya Lancaster não estava mais comigo. O que eu fiz para merecer? Era tão... tão injusto...

— Ei, garota!

Parei de andar pela calça, as pernas travando. Eu estava em uma rua que não sabia se conhecia, mas pelos casarões ao meu redor, chutei estar na ala mais nobre de Skarye Fall. Olhei em volta, esperando ver quem me chamou. De um portão aberto a alguns metros atrás de mim um rapaz de um metro e setenta, cabelos escuros e calça jeans caídas na cintura me observava. Tinha uma garrafa de cerveja aberta na mão destra.

— Oi...? — afastei uma mecha de cabelo do rosto.

— Você estuda em Skarye Fall High, né? — ele atravessou os poucos metros que nos separavam no concreto. Em meio as luzes dos postes e a proximidade, reconheci as feições características de Scott Steinfield, um dos mais populares atletas do colégio. Balancei o rosto positivamente, ainda desorientada — Ah, sim. Eu acho que já te vi... — ele deu mais um gole na boca da garrafa, respingando algumas gotas na camiseta de mangas curtas vermelha — Você é muito bonita — ao terminar o comentário, a língua dele umideceu o lábio superior momentaneamente — Quer ir na minha casa? É logo ali. Eu tô dando uma festinha particular pros meus amigos mais chegados — Scott segurou meu ombro e sorriu com o canto da boca — Venha, vai ser legal.

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