Valentina
Faz exatas duas semanas que eu estou aqui e não consegui um emprego. É possível que algo assim realmente esteja acontecendo? Qual o meu problema com os trabalhos? Ninguém quer me contratar, e olha que meu currículo é exemplar. Será que esse é o problema? Coisas demais para um cargo mais baixo? Quero dizer, eu fiz bastantes cursos, tirando a faculdade, não acho que esse seja realmente o problema.
Quando eu era mais nova, quanto eu ainda ia para a escola, eu tinha bastante tempo livre, então decidi fazer cursos: Inglês, coreano, o básico de maquiagem, o básico de cabeleireiro e o básico de informática, tirando algumas aulas de dança. Claro que nem todos os cursos são válidos para muitas coisas, mas eu me inscrevia nos que eu achava. Eles não eram caros e me davam experiências, então eu pensava: "por que não fazer?", eu gostava deles, eram legais, então eu só ia e fazia.
Hoje é sábado, dia de fazer faxina. Não tenho tanto produto de limpeza, nessas duas semanas eu comprei pouca coisa, somente o essencial. A única coisa boa de não ter um emprego é que eu tenho tempo de limpar minha casa com calma e de fazer o trabalho bem feito. Sempre ajudei minha mãe na limpeza de casa, eu gostava de ajudar, e posso dizer que não seja um serviço muito legal, nós sempre nos divertimos, eu sempre colocava alguma música para ficar mais legal. Eu realmente sinto falta do meu país. Mas calma, estou aqui há duas semanas, não é como se eu nunca fosse conseguir me acostumar, sei que vou me adaptar e também vou conseguir um bom trabalho, é só ter calma e paciência.
Enquanto uma música baixa tocava ao fundo, eu limpava o chão, cantarolando. Era sempre assim, já que limpar casa sem música é quase considerado tortura para mim. Música sempre deixa as coisas melhores, até quando você está triste ela ajuda; te deixando mais triste ou ajudando a espantar a tristeza. E eu amo música, tipo, muito. E é claro que se você não cantar junto não conta, não é mesmo?
Depois de tudo limpo, já havia passado da hora do almoço, decidi que seria melhor preparar alguma coisa. Mas, poxa, a preguiça de cozinhar é realmente grande, e por causa disso, achei melhor ir na cafeteria que fica aqui perto, as coisas lá não são muito caras, então dá para ir sem me preocupar se vou gastar muito dinheiro ou não. E depois de dar uma organizada em tudo, eu me arrumei e saí do apartamento, fechando a porta para ir rumo ao estabelecimento.
Eu gosto daquela cafeteria, ela é aconchegante e muito bonita, além de os preços serem bem em conta. E o bom é que é bem pertinho do apartamento.
Assim que cheguei, eu entrei, já procurando uma mesa vazia, a encontrando facilmente. Não demorei para fazer meu pedido. Felizmente, não precisei esperar muito, em poucos minutos uma moça veio trazer o que eu havia pedido, e aproveitei para perguntar se eles estavam procurando alguém para contratar. Infelizmente, ela disse que não. Realmente, procurar um emprego aqui é mais difícil do que eu imaginei.
Enquanto faço minha refeição, eu fico pensando em formas de conseguir algum emprego. Talvez se eu procurar um pouco longe de casa eu consiga alguma coisa. Ou talvez não. Talvez seja melhor desistir de tudo isso e voltar para o Brasil, lá pelo menos eu tenho o apoio da minha família.
Ainda com esses pensamentos, terminei minha refeição e paguei, para depois sair do estabelecimento. E a minha sorte decidiu que eu não tinha passado vergonha suficiente nessas últimas semanas e me fez esbarrar em uma pessoa, fazendo com que ela quase caísse. É a segunda vez que isso acontece, fico impressionada com a minha capacidade de ser tão desleixada. Mas para minha surpresa, assim que ajudei a moça a ficar devidamente sobre os dois pés e nos estabilizamos, eu percebi que era a mesma moça que eu esbarrei quando cheguei. Eu espero sinceramente que ela não se lembre de mim.
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Apaixonada Por Um Idol • Min Yoongi [Concluída]
Fiksi Penggemar"Todo o brilho do mundo." Valentina Gomes é uma garota sonhadora, na qual sempre imaginava sua vida fora de seu país de nascença, o Brasil. Após terminar sua faculdade e diversos cursos com vinte e quatro anos, ela decidiu que iria para a Coréia do...