Capítulo dois

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Antes, Naboo - 2015

O quarto estava quente como o inferno, havia corpos demais balançando de um lado ao outro com a música para aquele espaço limitado, fazia Ben se sentir claustrofóbico. Ele olhou feio para décima pessoa que esbarrou em seu copo fazendo o líquido ondular e derramar um pouco no chão e em seus sapatos 

- Calma Solo - Poe riu ao seu lado, tocando seu ombro - você parece a ponto de matar alguém

- Não seria uma má idéia - retrucou

O sorriso bêbado de Poe não vacilou um segundo, o homem parecia viver permanentemente de bom humor.

- Oh, vamos lá, você é muito bonito para ser preso. E com esse cabelo - bagunçou a cabeleira negra e espessa de Ben - você seria um bom brinquedo

- Obrigado, Dameron - Ben deu um tapa com um pouco de força demais em suas costas, o homem cuspiu a cerveja que tinha na boca fazendo algumas pessoas ao redor reclamarem

Ben levantou o dedo do meio para eles em resposta, ele não ganhou assobios como ela tinha

- Cara, grande você tem mãos realmente grandes - Poe massageou as costas lhe dando sua melhor atuação - doeu

- Cale a boca, Poe ninguém acredita em você

O outro homem sorriu e fez beicinho arrancando um sorriso involuntário de Ben. Tão estúpido, ele sentiria sua falta quando  fosse se alistar na aeronáutica no fim do mês. Dameron tinha sido seu melhor e único amigo desde sua infância, quando sua mãe vinha visitar a mãe de Ben e o trazia com ela, no começo Ben não gostava da presença do menino em sua vida. Já que suas tardes eram normalmente reservadas apenas para Leia e ele, porém com o passar do tempo ele aprendeu a apreciar a companhia para brincar pelo prédio. Agora ele perderia o único amigo por longos meses, e sua mãe era muito ocupada com o trabalho para se quer ligar para ele, o sorriso azedou em seu rosto

- Cerveja, preciso de outra cerveja

Ben se afastou do amigo, se movendo entre a massa de corpos dançando no meio do quarto. Connix tinha um quarto enorme, o melhor que seu pai rico poderiam pagar, mesmo assim não significava que ela tinha que chamar tanta gente assim. Ben estava no meio do caminho até a mesa onde ficavam as bebidas quando uma menina bêbada derrubou o que parecia ser vodka nele

- Cacete 

- Foi mal cara - a loira falou embolado

Ele bufou, desistindo de sua cerveja e indo em direção a porta, farto dessa festa. No corredor ainda tinha alguns adolescente bebendo outros fazendo coisas ainda mais impróprias sob a luz dos piscas piscas- piscas miseravelmente atordoantes que Connie usou de decoração. Ele odiava sua prima as vezes

Com o humor ainda pior que o normal Ben segiu seu caminho até o dormitório dos meninos, o ar do lado de fora estava congelando o fazendo puxar o capuz mais contra o rosto. Ele não estava tão bebado assim já que ainda sentia o frio picando seu rosto.

Ben quase não a notou de começo, com a cabeça abaixada e a mente longe, ele só foi notá-la quando sua risada tomou conta da noite. Doce, sempre tão doce.

Ele levantou a cabeça para ver ela e aquele garoto que sempre andava pendurado em seus calcanhares. Seus cabelos estavam soltos caindo pelos ombros, a cabeça coberta por uma touca lilás gasta, um grande sorriso ainda no rosto. tímido e inocente para qualquer pessoa que não a conhecesse. Tão bonita, Rey era o sonho da maioria dos imbecis daquele lugar.

O garoto esbarrou em seu ombro a passar, ele não gostava Ben nem um pouco, o que seu olhar feio só confirmou.

- Perdeu a porra do olho, Jones?

Time after timeOnde histórias criam vida. Descubra agora