Capítulo nove

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É o barulho estridente que o acorda, o som agudo soando como marteladas em seu cérebro cansado. Ben geme, rolando no colchão para tatear atrás da origem do som infernal.

Ele alcança o telefone na mesa de cabeceira, tentando ler o nome na tela com os olhos embaçados pelo sono.

Rogers.

- O que você quer? - atende, o azedume claro em sua voz.

- Bom dia, é o senhor Solo?

Não, é sua mãe

- Sim

- Podemos falar agora, senhor?

- Claro

Ben se sentou, passando as mãos pelo rosto para se manter acordado.

- Estou ligando para deixá-lo que todo dinheiro que o senhor depositou na conta de emergencial referente aos anos 2016 a 2020 está liberado para o uso.

Porra, sim!

Ele suspirou aliviado

- Uau, isso é bom.

- Receio que sim senhor, o auxílio monetário aos ex-combatentes deve ser depositado dentro da próxima semana.

- Bom - foi tudo que conseguiu dizer, ainda pensando em voltar a dormir.

- Mas...- Oh, porra - receio que o senhor necessite de um responsável legal para movimentar o dinheiro, segundo seus últimos exames psicólogos

- Oque?!

- Segundos os resultados, devidos aos acontecimentos recentes o senhor pode ser facilmente levado por emoções no calor do momento.

- No calor do momento? Que porra isso quer dizer

Ele se levanta, andando pelo quarto

- São palavras de seu psicólogo, não minhas

- Ele que se foda. Eu quero acesso a merda da minha conta sem um responsável, agora mesmo.

- Receio que isso não seja possível, senhor-

- Escute aqui,  idiota, quando eu estava naquela porra de deserto levando um maldito tiro, ninguém colocou um responsável para falar por mim, e não vou aceitar um agora. 

- Sinto muito senhor Solo não ha nada que eu possa fazer sobre-

- Você pode ir se foder

Ben desligou e jogou o telefone longe, deuses, esse dia nem começou e já é um desastre.

Hoje ele deveria escolher uma casa, para que tivesse um lugar onde levar o pirralho assim que o tirar das mãos daquela mentirosa. Qualquer um dos que viu anteriormente.

Bem, não qualquer um. Teria que ter um quarto para ele e o menino, seu filho. Talvez aquele no prédio a alguns minutos de Maz onde tinha uma grande área de lazer, Ben não ligava para campo de vôlei e piscina, mas o moleque talvez gostasse.

Crianças de cinco anos gostam de piscinas?

Melhor, elas podem ir a uma piscina?

Oh, ele nem deveria ter cinco ainda, quatro no máximo.

Porra, porra, porra.

- Ben? Você está acordado? - a voz de sua mãe passa pela porta.

Ele quase responde algo sarcástico ou finge que ainda está dormindo. Porém a voz do advogando dizendo responsável o impede.

- Sim

Time after timeOnde histórias criam vida. Descubra agora