Capítulo onze

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O trajeto até a casa de Leia é silencioso - exceto pelo tagarelar de Kylo - nenhum dos dois abre a boca.

Um acordo tácito entre eles se formando, afinal se nenhum dos dois abrir a boca como eles vão brigar?

- Ela acha o urso e ele fez geléia pra ela! Mamãe podemos ter um urso?

- O que? - ela volta sua atenção a Kylo, ele a está dando os famosos olhos de cachorrinho.

- Um urso, ele faz geléia.

- Querido ursos não fazem geléia, eles são animais selvagens

- Selvagem?

- Significa animais que não estão acostumados ao convívio com humanos - Ben explicou, sem tirar os olhos da estrada - como você e eu, ou podem se acostumar na verdade, um urso precisa da floresta pra sobreviver. Se você trazê-lo para a cidade ele vai morrer ou arrancar sua ca-

- É um desenho, querido - o corta - se lembra quando a mamãe disse que nem tudo nos desenhos é verdade?

- Sim- responde, embora seus olhos estejam arregalados olhando Ben.

- Essa regra se aplica ao urso também.

Kylo suspira triste,

- Podemos ter um cachorro então?

- Não - responde, ao mesmo tempo que Ben perunta:

- Você quer um?

Rey lhe dá um olhar furioso pelo espelho central do carro, seu filho por outro lado está quase pulando da cadeirinha na pressa em respondê-lo.

- Sim, sim por favor! mamãe não deixa eu ter um!

- Por que você é muito novo, e não temos espaço agora Kylo. quantas vezes te expliquei isso?

- Mas eu quero-

- Nao é não

Ouvindo-a usar sua voz de mãe o menino desiste na hora de argumentar de volta, seu rostinho cai sem esperanças.

Dói nela, negá-lo algo.

Embora saiba que está fazendo o certo, eles mal tem espaço para se locomover sem bater nos móveis, que dirá espaço para um cachorro.

Sem contar a agenda agitada de Rey, entre cuidar dele e seu trabalho não sobrava muito tempo livre.

Quando ela arrumaria tempo para cuidar do animal?

Rey suspira, se recostando no banco novamente. Seus olhos vagam pelo carro, o cheiro de novo invadindo seu nariz.

Ele provavelmente comprou essa merda em dinheiro vivo.

Irritada, seu olhar cai para o espelho central. Dando de cara com os olhos escuros de Ben.

Ele desviou os seus de volta pra rua e ela fez o mesmo, olhando a cidade passar rapidamente pela janela.

Apenas aí, Rey nota que o caminho em que estão não levaria a casa de Leia.

Ela franze o rosto.

- Onde estamos indo?

- Minha casa - responde, parecendo longe.

Rey olhou para a rua de novo, sem reconhecer bem em qual parte da cidade estavam. De uma coisa ao menos ela sabia, esse não era o caminho que tinha feito para casa de Leia na noite anterior.

- Que casa?!

- Minha casa, não o dá minha mãe.

- Ben, você não tem uma casa.

Time after timeOnde histórias criam vida. Descubra agora