Capítulo dezesseis

155 22 56
                                    

ATENÇÃO: Esse capítulo contém violência física, menções gráficas de ferimentos, Dissociação, (TEPT) ou transtorno do estresse pós-traumático e luto. Cuidado caso tenha gatilhos relacionados a esses assuntos, você leitor pode pular essas partes pela sinalização da cena  marcada por um x no começo e final dela, sem precisar pular todo o capitulo. Caso não se sinta confortável lendo, por favor pule o capitulo todo, oque acontecer nesse será mencionado depois de maneira mais ''leve'' então você leitor não estará perdendo nada. 

- O que? - seus olhos se arregalam ainda mais - Ben, meu filho não sei oque você-

- Não ouse mentir! - sua voz é uma trovada no quarto, fazendo sua mãe se encolher contra a cabeceira da cama - não minta pra mim.

Ben joga seu telefone na cama - que por pouco não acerta o joelho de Leia -  aberto no contrato que o advogado de Han o mandou.

- Me diga que porra está acontecendo! - exige, o sangue rugindo em seus ouvidos, lançando cor no seu rosto e pescoço.

Ele está perdendo o controle.

A barreira está quebrando, e a calma anormal de sua mãe é um fósforo aceso acima do tanque de gasolina.

- Ben, eu - ela levanta da cama, indo até ele com a mão estendida.

Ele dá um passo instável para trás, e o olhar de Leia caí com desânimo

- Me diga que ele não estava sozinho no fim - sua voz é um rosnando rouco e uma súplica ao mesmo tempo, seu pensamentos girando muito rápido para que ele possa acompanhar - me diga que ele não ficou lá, naquele lugar sozinho e morreu!

Uma nova leva de lágrimas descem pelo rosto de Leia, ela fecha os olhos. A dor varrendo sua pequena figura.

As bordas de sua visão são tingidas de vermelho, a imagem de Leia é distorcida a uma criatura enrugada e desconhecida. Ben sente como se fosse vomitar.

- Você estava se divorciando dele não era? Você estava! Vocês dois se livraram de mim para que depois pudessem se  livrar um do outro!

- Nunca o mandei para longe - ela chora - e você meu pobre garoto, eu me arrependo todo dia de minha vida lamentando um dia ter deixado você ir.

Ben solta um risada sem humor, o som ácido queima sua garganta. Assim como dizer as palavras.

- Você diz como se não tivesse posto a porra de um peso insuportável mim para ir mamãe! Mas você e ele e Luke me fizeram ir. Para proteger Poe, você ao menos pensou em quem iria me proteger?!

- Eu-u sinto muito..- Leia treme, suas mãos estão unidas torcendo o peito de blusa - eu nunca deveria mandar você embora, foi quando eu perdi você...quando eu perdi vocês dois.

X

Ele bate com o punho na cômoda atrás de si, derrubando porta retratos e adornos no chão. Sua mãe pula com o vidro se estilhaçando no chão. Sua visão agora é tomada pelo filtro vermelho, a dor dilacerando seu peito no meio. Deixando um buraco para trás, sangrando e sangrando, tempo, vidas, tudo que ele perdeu o atinge de uma vez.

Ben se vira, e em sua parede está correndo sangue. De Mitaka, Pryde e Bazine, seu esquadrão. De seu pai caído em uma casa vazia segurando seu peito, de Rey em uma cama de sangue e um bebê sem batimento em seu peito.

Ele soca a imagem e ela não desaparece, ele soca de novo, e de novo e de novo. E sua pele se abre, a dor aguda queima seu braço, sua mãe grita embora ele não registre nada disso.

Time after timeOnde histórias criam vida. Descubra agora