Uma atração insana ou algo mais?

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Ainda de costas, Sophia pensa em uma maneira de despistar Mariano, que a tocou o braço, obrigando a mulher a se virar. Tudo acontece tão rápido, que ela só tem tempo de pôr o anel desajeitadamente na gaveta e fechar. A Dona das Esmeraldas, mais uma vez, usa o sarcasmo a seu favor:

__ Eu posso saber o que você faz aqui, rapaz? Que eu saiba, o Quarto de Hóspedes, não é nessa direção!

__ Não enrola, mulher! Que anel era aquele?

Sophia se enfurece e aponta o dedo em direção ao homem:

__ Quem pensa que é para me pressionar? Ponha - se em seu lugar e respeite a mulher que eu sou! Agora, dê licença e saia do Quarto, antes que eu chame o Silas, para que o carregue!

Mariano se afasta pensativo, pois nunca tinha visto a Madame tão irritada e, aproveitando que a chuva, aparentemente, cessou, ele pede a Silas que busque as suas coisas, para que possa ir embora, afinal já entardeceu.

Na Suíte, Sophia se lembra de fatos do passado, resgata o anel da gaveta e chama pelo Mordomo, que a atende:

__ Senhora, Dona Sophia! Algum problema?

__ Suma com esse anel da minha frente, Silas! Eu não quero mais ver essa coisa em lugar algum, muito menos em minha gaveta! Pouco me importa, o que vai fazer com ele!

O Mordomo faz o que a patroa solicitou, mas ao invés de sumir com a jóia, ele a guarda entre as suas coisas. Silas leva as roupas de Mariano até ele no Quarto e, no caminho, encontra Sophia:

__ Que roupas são essas, Silas?

__ São do Senhor Mariano, Madame! Ele me pediu para buscar!

Sophia estranha o pedido do garimpeiro e, disposta a descobrir o que ele pretende, propõe:

__ Dê as roupas em minhas mãos, que eu mesma levo! Enquanto isso, você prepara o café da tarde! Faça o chá que eu gosto, torradas e umas geleias também!

Mariano arruma as poucas coisas que tinha levado e espera Silas aparecer com suas roupas. Ele é surpreendido com a chegada de Sophia:

__ Desde quando, a Madame faz o trabalho do Mordomo?

O garimpeiro se livra da blusa e calça, que encontrou no guarda-roupa, sem se incomodar com a presença da mulher, que o estende as roupas limpas, sem conseguir deixar de encarar o abdômen malhado e os fortes braços do garimpeiro:

__ Pegue esses trapos de uma vez, rapaz!

Mariano se aproxima da mulher, jogando as roupas que ela tinha em mãos, a um canto qualquer do Quarto, a segurando a cintura:

__ A Madame gosta de dar ordens e ter todos aos teus pés, não é?

__ Essa ideia é realmente tentadora, rapaz! Faça o favor de soltar a minha cintura, que eu tenho coisas a fazer aqui!

O garimpeiro cola o próprio corpo no dela, que reage tentando afastá - lo. Mariano, como da outra vez, sussurra no ouvido dela:

__ Os argumentos da Madame acabaram?

__ Tire essas mãos sujas da minha cintura! Eu não costumo falar duas vezes!

__ A Madame pode esbravejar o quanto quiser, mas o teu corpo não me engana! Eu tô sentindo o arrepio da tua pele entre os meus dedos!

O ousado homem busca o olhar de Sophia, que travava uma luta interna: ceder ou se afastar? Os dois se encaram, com hesitação, e suas respirações se misturam. Mariano a sustenta na cintura com uma mão, enquanto a outra mergulha nos longos cabelos loiros.

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