Desgraça de Garimpeiro

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Na casa secreta de Sophia, o dia amanhecia chuvoso. Mariano estava jogado em um canto da cama, enquanto ela despertava devagar enrolada no lençol.

Se levanta, embolando - se no processo, devido ao tamanho do lençol, mas depois de algumas tentativas, caminha pelo quarto. Procura por suas roupas, que estavam jogadas ao chão, mas percebe que não há a menor condição de vestir a blusa de seda, afinal o estado da peça era deplorável, sendo otimista.

Sem muitas opções, ela resolve permanecer com o lençol, enquanto não pensa em alguma solução. Mariano se espreguiça e tateia a cama à procura de Sophia, que o observava com um sorriso de canto:

__ Se procura por mim, estou bem aqui!

__ Imagina! Eu tava querendo achar minhas roupas, Madame!

Sophia joga as peças em direção a ele, que retira o lençol do quadril expondo toda a sua nudez e atraindo a atenção de Sophia, que vira o rosto:

__ Será que dá pra se vestir logo?

Mariano acha graça da reação da mulher e se aproxima devagar:

__ Que eu me lembre, a Madame não reclamou de meus atributos ontem à noite! Muito pelo contrário!

__ Deixe de conversa mole, rapaz! Vista - se, que eu vou chamar o táxi e dar o fora daqui!

__ Vem cá: aqui não tem comida, não? Eu tô com uma fome de leão!

Sophia não acredita no quanto ele poderia ser folgado, mas o responde:

__ É claro, que aqui tem comida! Tem um mini frigobar logo ali, que é abastecido semanalmente pelo Senhor, que cuida dessa casa!

__ Opa! Quanta mordomia! Agora, eu gostei e vi vantagem!

Sophia gargalha com o discurso dele, que pega a blusa da Madame e provoca:

__ Eita, que eu dei prejuízo no modelito, né?

__ Agora que você percebeu? Aliás, eu ainda não sei como vou sair daqui! Enrolada em um lençol, que não será!

Mariano sorri divertido e propõe:

__ Se a Madame quiser, pode usar a minha roupa! Eu tô acostumado a andar por aí sem camisa mesmo!

Sophia pondera e pega um iogurte do frigobar, seguido de broas de milho integrais, para manter a silhueta. Mariano nega com a cabeça e, já vestido, a puxa pela cintura, fazendo com que o lençol, que a cobria o busto, caia aos pés dela:

__ Quem diria, que algum dia, eu ganharia a Dona de Esmeraldas como presente!

Sophia se diverte com o que ele diz e concorda:

__ Em uma coisa, eu devo concordar com você: eu sou um presente dos deuses mesmo! Mas não se empolga muito não, rapaz!

__ Já sei! Nós não temos intimidade, acertei? Se bem que, com a canseira que eu dei na Madame ontem, eu me considero bem íntimo!

Sophia sorri, incrédula com a ousadia do homem, que tanto a agradava, ainda que ela não admitisse, e rebate:

__ Engraçado! Eu me sinto ótima e não me lembro de canseira alguma!

__ Lembra, não? Eu posso refrescar a memória da Madame rapidinho! Não sei se percebeu, mas tá caindo um temporal lá fora, então a gente não vai conseguir sair dessa casa tão cedo!

Percebendo a intenção do homem, ela logo o corta as asas:

__ Presta bem atenção: para ter uma mulher como eu: rica, loira e maravilhosa, mais de uma vez, só se for por merecimento! Entendeu bem, rapaz?

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