"Desgraça de homem mandão!"

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Atento a cada reação, por menor que seja da toda poderosa do garimpo, Mariano a observa à espera de uma resposta.

Sophia se desprende dos braços dele, ainda em choque, descabelada e recuperando o fôlego. Sem rodeios, decide brincar com o garimpeiro e o tão conhecido joguinho tem início:

__ Eu posso saber de onde tirou essa ideia absurda?

Mariano repara quando ela esfrega as palmas das mãos repetidas vezes e desconfia da atitude:

__ Se o que eu tô dizendo é tão absurdo, por que você tá nervosa? Não adianta dizer que não, que eu presto atenção em cada movimento teu!

A Madame sente um crescente desespero tomar conta de cada parte do corpo e usa sua cartada final, para impedir que ele descubra a verdade sobre o hospital: o encara profundamente nos olhos e, estando bem mais próxima, rodeia os braços no pescoço de Mariano, se oferecendo a ele.

Esperto, o garimpeiro a segura os punhos com certa força, sussurrando:

__ Por mais que seus joguinhos sejam divertidos e excitantes, eu continuo querendo a verdade, Madame! Poupe seus esforços de sedução, porque nisso, nós dois sabemos, que eu ganho facinho, facinho de você!

__ Aha aha aha! Você é muito convencido mesmo, rapaz!

A gargalhada de Sophia chama a atenção dos outros, incluindo Rato:

__ Tudo bem, Dona Sophia?

Sophia se distancia de Mariano, arruma a roupa e reafirma:

__ Essa conversa ainda não acabou, seu metido a garanhão!

Mariano sorri de lado com o discurso e o mais novo apelido dado por Sophia, que sai toda rebolativa, apenas para provocar o pobre homem. O abusado garimpeiro sente o olhar de Zé Victor sobre si:

__ Que foi, Zé?

__ Você e a patroa estão mais íntimos, não? Quem dizia querer distância de encrenca, parece que mudou de ideia! Quer se afundar de cabeça em confusão e dane - se o resto, acertei?

__ Sei lá o que eu quero, Zé! O que essa mulher tem de louca, tem de irresistível e misteriosa, duas coisas que me deixam maluco, Zé Victor! Eu ainda vou desvendar a nossa patroa, cara! Escreve o que eu tô dizendo!

Zé Victor desaprova as escolhas do amigo, mas sabe que de nada vai adiantar falar, afinal Mariano não desiste de um bom desafio. Sendo assim, o arrasta ao trabalho, sem dizer mais nada.

Enquanto isso, Sophia desce para ver as Esmeraldas com Rato e Samuel, o geólogo:

__ Se a Senhora me permitir, eu gostaria de ficar mais um tempo no garimpo, mesmo quando os outros forem liberados! Quero mostrar serviço e conseguir as pedras logo!

__ Muito bem, Senhor Samuel! Se tem uma coisa que muito me agrada é eficiência! Aonde exatamente, as explorações poderão começar?

__ No veio mais longo! Vai dar mais trabalho, mas a chance de danificar o mínimo de pedras é alta! Veja mais de perto!

A Dona das Esmeraldas se aproxima entusiasmada e, mais aliviada, afirma:

__ Quem esperou tanto por essas pedras, pode aguardar mais um pouco! Faça o que for preciso, para que eu tenha essas pedras em minhas mãos muito em breve!

Sophia retorna a superfície com Rato, mas sua cabeça estava bem longe das Esmeraldas: flashes de cada provocação trocada com Mariano insistem em invadir os pensamentos.

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