Tentação loira

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Fracos raios solares e um céu parcialmente nublado anunciam a chegada de um novo dia.

Sophia desperta com grande disposição, tanto que ela mesma enche a banheira, para que possa iniciar a manhã de verdade.

Enquanto isso, Mariano madrugou no casebre de Zé Victor e resolveu preparar o café em agradecimento ao amigo, afinal ele abriu as portas de casa para ele.

Mariano põe a água para ferver e se permite pensar em Sophia, pela primeira vez no dia, enquanto a água atinge a temperatura certa.

O garimpeiro se lembra da última vez em que a teve nos braços e balança a cabeça, afastando os pensamentos impuros, logo de manhã. Ao mesmo tempo, se recorda do dia em que a viu demonstrar um lado frágil bem a sua frente e se preocupa novamente.

Imerso em seus pensamentos, ele se distrai e não percebe o quão quente a chaleira está e encosta levemente no cabo:

__ "Droga! Queimei o dedo!"

Maristela acorda e se aproxima do filho, disposta a ajudá - lo e assume o comando do fogão, enquanto ele põe o dedo embaixo da torneira fria, para aliviar a dor.

Longe dali, Sophia aproveita ao máximo o banho de banheira, mas vez ou outra, pensa em Mariano e se recorda do quanto ele foi gentil e se preocupou com ela:

__ "Será que ele foi sincero?"

No andar debaixo, Lívia espera por Sophia, para que possam tomar café juntas, já que o irmão dormiu fora de casa. Mais de meia hora se passam e nada. A menina, então, resolve subir para chamar a mãe, porque estava com fome. Ela bate à porta, repetidas vezes:

__ Ô Dona Sophia! Por que tanta demora?

Ao ouvir o chamado da filha, Sophia percebe que se concentrou nos próprios pensamentos mais do que deveria. Sendo assim, ela veste o hobby preto e abre a porta, secando os cabelos com um secador.

A mulher aumenta o tom de voz, para que Lívia a ouça:

__ Pode descer, que eu vou me vestir e não demoro! E o Gael?

__ Adivinha? Dormiu fora, é claro! Na certa, encontrou algum rabo de saia! O que está acontecendo, Dona Sophia? Você anda estranha ultimamente!

__ Impressão sua! Quanto ao Gael: ele é bem grandinho e está mais do que na hora de cuidar da vida dele! Só espero que não me arrume problema!

Lívia segue desconfiada, mas deixa Sophia em paz. Ao descer, alerta a Maria que arrume a mesa do café.

No casebre, Zé Victor estranha o fato de Mariano ter acordado tão cedo e percebe que Maristela, a visita, preparava o café:

__ Tia Maristela! Não precisa fazer o café! Pode deixar que eu termino de passar!

__ Imagina! Não me custa nada!

__ Tem certeza? Bom, se é assim, eu vou jogar uma água no rosto e comprar o pão!

Mariano mal ouvia o que os dois conversavam, porque estava concentrado em espalhar a pomada para queimaduras envolta do dedo. Vez ou outra olhava a mãe, disfarçando.

Sozinhos, Maristela se agarrava a um fio de esperança de poder conversar com o filho, que secretamente a observava. Mariano se oferece para ajudar a mãe a levar as coisas a pequena mesa, enquanto esperavam o pão quentinho:

__ Meu filho! Agora, a gente pode conversar?

__ Daqui a pouco, eu e o Zé saímos para trabalhar, mãe!

__ Eu só queria dizer que me arrependo de ter deixado você ir! Eu nunca me esqueci de você, nem daquela tempestade, que tirou o meu garotinho de mim!

Fire, Gasoline And Secrets - Soriano Onde histórias criam vida. Descubra agora