Seduzindo a Madame

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Uma fina garoa se faz presente naquela manhã de terça-feira.

Enquanto Sophia se mexe preguiçosamente entre os lençóis, Lívia abre a porta do quarto sem fazer barulho assustando a mais velha:

__ Credo, Lívia! Virou uma alma penada por um acaso? Quer me matar do coração pra conseguir a herança mais rápido?

A mais nova revira os olhos e mantém a classe diante da mãe:

__ Não é nada disso, Dona Sophia! Por quê tanto drama? Vim cobrar a conversa que me prometeu ontem, se lembra?

Sophia massageia a própria testa, completamente sem paciência e ruma em direção ao banheiro, livrando - se das cobertas e sentindo o frio a atingir em cheio:

__ Você ainda não aprendeu, que eu não sou de dar satisfação de cada passo da minha vida? Ontem eu estava distraída. E só, entendido?

Lívia não acredita em uma só palavra do que a mãe diz, ainda que ela a olhe diretamente nos olhos, mas decide não insistir, por hora:

__ Gostaria de lembrá-la, que é muito melhor falar comigo do que com o meu irmão! Você sabe como o Gael reage a certas situações!

A Madame ignora a presença da mais nova, que sai do Quarto da mesma forma que entrou: em silêncio.

Sophia encontra a banheira cheia e agradece aos céus, porque um bom banho era tudo o que ela precisava no momento.

No casebre de Zé Victor, Mariano acorda e o amigo o apressa a tomar banho e se vestir:

__ Bora, Mariano! Deixa de preguiça, que a gente tem que chegar no garimpo antes da Dona Sophia, esqueceu? Os outros já devem estar lá!

A simples menção do nome de Sophia é capaz de fazer o garimpeiro espumar de raiva e desapontamento:

__ Vou agir a vida, Zé! Será que eu ganho um cafezinho? Nesse friozinho seria uma boa!

__ Mas é muita folga mesmo! Vai logo pro chuveiro, seu vacilão abusado! Só tem água fria, viu? Boa sorte!

Mariano xinga Zé Victor em pensamento, mas encara a ducha fria, já que não tinha outra opção.

Enquanto a água caía, o garimpeiro pensava nos momentos que passou com sua potranca na Mansão.

Quase que de imediato, se lembra da mensagem de Cleonice e fecha os olhos, deixando a água levar as dúvidas que surgiam a todo o tempo.

Sophia veste o hobby abraçando ao próprio corpo e pára em frente ao closet para escolher a melhor roupa: blusa branca lisa, casaco preto, calça preta de listras e botas de cano curto.

No andar debaixo, Maria põe a mesa à espera da patroa, que não demora a descer deslumbrante em seu modelito clássico-chique.

Zé Victor grita, para que Mariano o deixe tomar banho também e encontra o garimpeiro com a toalha na cintura:

__ Ei, vacilão! Se quiser cueca, tem umas novas, ainda na embalagem, na primeira gaveta!

__ Claro que quero a cueca! Tá doidão, Zé Victor?

Mariano dá um rápido tapa na nuca de Zé, que reclama passando os dedos no local.

Passado alguns minutos, o abusado garimpeiro pega uma roupa de Zé Victor emprestada, toma o café e sai rumo ao garimpo junto com o amigo.

Na Mansão, Sophia toma o café forte que tanto gosta acompanhado de iogurte light e torradas com patê, sendo observada atentamente pelos filhos.

Finalizada a primeira refeição do dia, a Madame resgata o dinheiro arrecadado na noite anterior do cofre e sai da Mansão com o dinheiro bem guardado no fundo da bolsa.

Enquanto a Madame seguia até o Banco, os garimpeiros se reuniam no garimpo, para dar início aos trabalhos:

__ Vambora, rapaziada! Cadê o geólogo?

__ Estou bem aqui!

Sophia deposita a soma em dinheiro no Banco e orienta ao motorista, que a deixe no garimpo. A mulher, a cada rua cruzada, sentia calafrios estranhos. Decide ignorar a sensação e fecha a janela do carro, devido ao frio que fazia.

No garimpo, Mariano não conseguia esquecer a mensagem que recebeu de Cleonice e se sentia cada minuto mais angustiado. Começa a trabalhar, mas algo, ou melhor alguém o distrai.

A chegada triunfal de Sophia pega a todos os trabalhadores de surpresa, a julgar a beleza da mulher, que melhorava e muito, o clima chuvoso do dia.

Ao ver todos os olhares direcionados a ela, a Madame não consegue deixar de sorrir orgulhosa, mas logo dispersa um a um:

__ É melhor vocês procurarem o que fazer, senão o acordo de sair mais cedo, será cancelado!

Dito isto, os homens rapidamente se afastam, porque não gostariam de perder a grande oportunidade de farrear mais cedo, é claro.

O único que não faz o menor esforço a manter distância é o objeto de desejo de Sophia, como se o próprio corpo não obedecesse aos comandos da mente, que o alertava a não se aproximar.

Mariano se repreende por dentro, afinal ele deveria sentir raiva dela, não agir como se estivesse encantado. E ele, de fato, se encantou por aquela mulher, ainda que não admita isso em alto e bom som.

Quando os olhares se encontram, ele grava cada pedaço do corpo da mulher, que arqueia as sobrancelhas com um pequeno sorriso nos lábios. O garimpeiro fecha os olhos por instantes, para tentar fugir da clara provocação da patroa, mas seus instintos o traem.

Mariano arrasta Sophia, a segurando firmemente na cintura até um canto mais afastado do garimpo e cola os lábios nos dela, sem muito pensar.

Zé Victor os observa e solta um suspiro, como se já soubesse que o beijo aconteceria mais cedo ou mais tarde.

O garimpeiro toma posse do lábio inferior de Sophia, que o entreabre de imediato, permitindo que a língua do garimpeiro a invada a boca agressivamente. A Madame baixa a guarda e entrelaça os braços no pescoço do homem, que a suspende no colo sustentando o peso da mulher, sem quebrar o beijo, pegando - a totalmente de surpresa.

Esse ato repentino do garimpeiro faz com que Sophia liberte um pequeno gemido ao pé do ouvido do homem, que a devorava os lábios com pressa.

O garimpeiro abandona a boca da mulher, já vermelha a essa altura, e se embreaga com o perfume da dondoca, que crava as unhas nas costas largas dele, ao sentir os beijos molhados e chupões deixados em seu pescoço.

Agarrando - se a um fio de sanidade, ele sussurra ao pé do ouvido, respirando com certa dificuldade:

__ Eu preciso que você me diga, se foi a responsável por pagar a conta do Hospital, quando o seu cozinheiro sabotou a comida. E então, Madame? O que me diz?

Após dizer isso, ele a morde o lóbulo da orelha, afinal já percebeu que essa atitude a desarma e a aperta nos braços, impedindo - a de se afastar.

Sophia o olha diretamente nos olhos, mas as palavras morrem na garganta, antes que ela possa dizer algo coerente.

Notas finais:
Eita! Fogo no parquinho que fala? Hahaha ♥️
E agora: qual será a reação de Sophia?

Gostaria de agradecer por Fire, Gasoline and Secrets estar com 2,63k de visualizações! Muito obrigada de coração!

Como eu sempre digo: se assim desejarem, deixem seu voto 🌟 e comentário, para que eu saiba o que estão achando, ok? Até breve! ❤️

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