O Sangue Dourado!

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Graças ao grito desesperado de Zé Victor, Sophia se esforça a acionar os freios do carro, que parecem não obedecer aos seus comandos e entra em pânico, buzinando sem parar:

__ Por quê essa porcaria não funciona? Droga! Sai da frente!!!

Zé Victor, prevendo o pior, fecha os olhos o mais rápido possível, junta as mãos e inicia uma prece:

__ Senhor! Eu imagino que não me conheça, até porque, não frequento igrejas, mas lhe peço: não me deixe morrer hoje, não! Eu ainda tô novo demais pra conhecer o outro plano! Proteja essa pessoa que está prestes a ser atingida também, por favor! Ajuda aí de cima, valeu? Amém!

Quando finalmente cai em si, Mariano se apressa a correr, ainda que a tentativa não adiante de muita coisa àquela altura:

__ Caramba! Como eu não vi esse carro antes? Droga de mensagem, que chegou na hora errada!

Silas auxilia a patroa como pode, mas não enxerga luz ao fim do túnel:

__ Desliga direto na chave, Dona Sophia! Seja rápida, porque o carro está a um passo de atingir a um rapaz!

__ É inútil, Silas! Nem mesmo a chave obedece à ordem de parar! Segurem - se!

O carro atinge maior velocidade a cada minuto, o que apavora a Zé Victor em níveis extremos:

__ MEU DEUS!!! EU NÃO QUERO MORRER!!!

Mariano é atingido, em um estrondo, e lançado contra o capô do veículo, caindo ao chão, desacordado, em seguida. Próximo ao vidro do carro que, desgovernado, bateu de frente a uma parede de concreto, ele é facilmente reconhecido por Silas, Zé Victor e Sophia, que entram em choque ao descobrir quem foi a vítima.

Sophia não acredita no que vê e sente o coração disparar mais a cada instante e o ar a abandonar os pulmões, sem conseguir respirar:

__ Não pode ser! É o Mariano, Silas! É o Mariano! Eu posso ter matado o Mariano? Não, não, não, não, não! O que foi que eu fiz?

Ela sai em disparada de dentro do carro, ou o que sobrou dele, com alguns machucados no braço e se ajoelha frente ao garimpeiro, sem tocá - lo, ainda em choque com o ocorrido:

__ Mariano, pelo amor de Deus, fala comigo!

Zé Victor não consegue se mover ao reconhecer o amigo, agora caído ao chão, desacordado. Silas se compadece com o estado do rapaz e oferece a mão, para tirá - lo de perto dos destroços do automóvel:

__ Dê sua mão aqui, rapaz! Venha! Você ainda está respirando? Machucou em algum lugar?

O amigo de Mariano apenas balança a cabeça positivamente, mostra alguns poucos arranhões e cai em prantos. Silas o ampara em um abraço e telefona para uma Ambulância:

__ É urgente! Há um homem desacordado no meio da rodovia, próxima a um cemitério! Venham rápido, por gentileza!

Enquanto esperam a Ambulância chegar, Silas e Zé Victor se aproximam do corpo ferido de Mariano, com alguns estilhaços de vidro, e o vêem quase sem vida.

Sophia não segura o choro preso na garganta e toma uma atitude desesperada:

__ Silas e Zé Victor! Eu preciso que me ajudem a chamar um táxi, avião, foguete ou o raio que o parta, porque eu mesma levarei o Mariano ao hospital!

__ Eu acabei de chamar a Ambulância, Dona Sophia!

__ Você agiu certo, Silas! Mas eu temo que ele não aguente tanto tempo assim, porque está ferido e perdendo sangue! Vamos! Depressa!

Fire, Gasoline And Secrets - Soriano Onde histórias criam vida. Descubra agora